São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996
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Prefeitura não vê riscos

DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo o secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl, a segurança dos prédios construídos com blocos mais finos foi garantida pela empreiteira Camargo Corrêa, que os construiu.
"Foram feitos testes antes da obra e a empreiteira provou tecnicamente que os prédios seriam mais baratos e seguros", afirmou o secretário.
Ainda segundo ele, os testes pedidos pelo Cobracon ao IPT seriam necessários apenas para mudar a norma técnica. "As normas brasileiras estão ultrapassadas. Esse método construtivo permite maior economia com a mesma segurança".
A normatização atual, diz Krahenbuhl, se prende à questão geométrica, enquanto a mais moderna atenta ao "desempenho" do bloco.
O sistema de "alvenaria estrutural" usado pela Camargo Corrêa trabalha com o conceito de "paredes estruturais". Ele substitui as vigas e colunas por paredes mais sólidas.
Essas paredes são obtidas a partir da colocação de feixes de aço dentro dos blocos e a injeção ali de um concreto especial, feito com pedras mais finas.
Segundo Krahenbuhl, as fissuras e infiltrações que têm aparecido em algumas unidades do Cingapura não tem relação com as paredes mais finas.
Um prédio do Cingapura custa, em média, R$ 321 mil. A parte de alvenaria representa 35% desse total. Com o novo sistema, a Camargo Corrêa obtém uma economia de 8% sobre a parte de alvenaria.
Assim, o sistema de alvenaria estrutural representa economia total de 2,8% por prédio.
Segundo Fernando Henrique Sabatini, professor do Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, "a princípio, não podemos afirmar que por usar blocos mais finos há riscos, mas seriam necessários ensaios".
O especialista em "tecnologia de processos construtivos" diz que dependendo de "como se coloca o ferro e concreto, não tem problema, o importante é a resistência da parede como um todo".

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