São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996
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Governo conta 21 votos pró-reeleição

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo contabiliza maioria de votos favoráveis à reeleição na comissão especial que será instalada hoje para debater a possibilidade de o presidente Fernando Henrique Cardoso disputar mais um mandato em 1998.
O placar do primeiro teste de votos da reeleição deverá ser de 21 votos contra 9, de acordo com a contabilidade prévia do governo. O placar foi montado na hipótese de os partidos de oposição (PT, PDT e PC do B) ainda indicarem representantes e a comissão ficar completa, com 30 membros.
Metade mais um dos votos aprovam a emenda na comissão. Dos 14 titulares confirmados até ontem e ouvidos pela Folha, 12 disseram que votarão "sim". João Natal (PMDB-GO) está indeciso e um deputado antecipa voto contra -Valdemar Costa Neto (PL-SP).
"A nossa expectativa é de uma maioria confortável. As chances são grandes. Agora começa o jogo de trabalhar e buscar voto a voto", resumiu o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA).
Na véspera do início formal do debate, governistas apostam que a emenda passará no plenário da Câmara com mais de 20 votos de vantagem. São necessários 308 votos para mudar a Constituição no plenário. A reeleição só deverá ser votada a partir de janeiro.
A contabilidade do governo leva em conta que todos os cinco representantes do PFL e os cinco tucanos indicados para a comissão formam uma "tropa de choque" favorável à reeleição. No grupo, está o relator José Múcio Monteiro (PFL-PE), a quem caberá comandar a negociação do texto.
O perfil dos titulares foi confirmado pelos líderes dos dois partidos que comandam o projeto de reeleição, Inocêncio Oliveira (PFL-PE) e José Aníbal (PSDB-SP).
A missão é manter a seguinte fórmula: reeleição já para presidente, governadores e prefeitos, sem licença prévia do cargo.
Os governistas também contam com o apoio dos cinco representantes do PMDB, dois votos do PTB e, pelo menos, 2 dos 5 titulares do PPB. Esses três partidos deixaram para a última hora a indicação de seus representantes.
O PMDB condiciona seus votos à eleição do líder Michel Temer (SP) para a presidência da Câmara. O presidente do PPB, senador Esperidião Amin (SC), disse que a posição do partido sai em dezembro.
Até ontem só havia um indicado pela oposição: Fernando Lyra (PSB-PE), favorável à reeleição. Os demais partidos não indicaram representantes, mas poderão rever a decisão. "Se não estivermos lá para obstruir, eles vão aprontar", teme José Genoino (PT-SP).

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