São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TJ requisita caso Bodega para análise

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A presidência do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) requisitou o inquérito do caso Bodega para analisá-lo. O pedido foi feito à Corregedoria do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais do TJ-SP) na quinta-feira passada.
O crime da choperia Bodega, um bar localizado em Moema (zona sul) aconteceu em 10 de agosto passado. Durante o roubo, os assaltantes mataram o dentista José Renato Tahan e a estudante Adriana Ciola. A polícia prendeu nove suspeitos, que foram acusados do crime e ficaram detidos 60 dias.
Na quinta-feira passada, o promotor Eduardo Araújo da Silva se manifestou contra a manutenção da prisão, e sete suspeitos foram soltos por ordem do juiz-corregedor Francisco Galvão Bruno.
O promotor alegou falta de provas e suspeita de que os presos confessaram sob tortura. Após receber telefonema do TJ-SP, Bruno enviou as cerca de 600 páginas do inquérito ao tribunal.
Até a sexta-feira passada, Bruno não as havia recebido de volta. O juiz-corregedor viajou ao exterior na sexta-feira à noite e só retornará ao Brasil na próxima quinta-feira.
A Folha apurou que o pedido feito pelo TJ-SP é raro. O juiz-corregedor seguiu a manifestação do promotor. Caso discordasse, ele podia enviar o inquérito ao procurador-geral de Justiça para que ele designasse outro promotor para denunciar os acusados.
Em sua manifestação, o promotor afirmou que não denunciaria os acusados e que não arquivaria o caso. Ele pediu novas investigações sobre o crime do Bodega ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
"Ainda não fomos comunicados oficialmente dessa pedido e aguardamos a manifestação do delegado-geral ou do secretário da Segurança Pública para saber se entraremos no caso", afirmou ontem o delegado Marco Antônio Desgualdo, diretor do DHPP.
O delegado disse que, se receber o caso, vai designar uma equipe para as investigações. Os próximos passos seriam ouvir os sete suspeitos soltos, refazer os reconhecimentos pessoais e tomar, de novo, os depoimentos das testemunhas.
Seriam investigadas possíveis novas pistas. "Só então poderíamos chegar a uma conclusão."
Provas
Para o delegado João Lopes, que presidiu as investigações até a semana passada, existem provas suficientes no inquérito para provar a culpa dos nove suspeitos. O delegado negou a possibilidade de ter havido tortura para que os suspeitos confessassem o crime.

Texto Anterior: Rodovia é reaberta no litoral norte
Próximo Texto: RS dá posse a sua 1ª desembargadora; Tumulto deixa 1 morto e 85 feridos em festa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.