São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996
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EUA têm menor déficit público em 15 anos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, anunciou ontem que o país teve no ano fiscal de 1996 o menor déficit público federal em 15 anos.
A notícia foi dada durante comício eleitoral em Saint Louis, Missouri (Meio-Oeste do país).
"Estes números mostram que o país está acordado e se movendo na direção certa para o século 21", disse Clinton em referência ao slogan que vem sendo usado por seu opositor, Bob Dole ("Acorda, América!").
O déficit público federal em 1996 foi de US$ 107,3 bilhões, 63% menos do que no último ano de governo de George Bush, antecessor de Clinton. O presidente havia prometido em 1992 que, se eleito, cortaria o déficit pela metade.
Dole argumenta que o crédito para a redução do déficit não deve ser dado a Clinton, mas sim aos governadores estaduais e empresários (por terem revigorado a economia) e ao seu próprio partido, o Republicano (por ter, com maioria no Congresso, forçado o presidente a aceitar cortes nas despesas do governo federal).
Clinton rechaçou esses argumentos e disse que, se não fossem os 12 anos de Presidência republicana (governos Ronald Reagan e George Bush, entre 1981 e 1993), o país teria superávit orçamentário.
Clinton é o primeiro presidente do século 20 a ter registrado quatro contínuas diminuições no déficit público federal.
O candidato à Presidência pelo Partido da Reforma, Ross Perot, que na semana passada rejeitara apelo de Dole para abandonar sua campanha e apoiá-lo, passou os últimos três dias fazendo ataques duros a Clinton e se referindo de maneira simpática ao republicano.
"Se você tiver que escolher entre Clinton e Dole, vote em Dole", disse Perot num programa de TV no domingo.
A oito dias da eleição, as pesquisas de intenção de voto não mostravam ontem alterações na preferência dos eleitores. Na do Instituto Gallup, Clinton aparecia com 52% delas, contra 37% para Dole e 6% para Perot.
Dole tem investido a maior parte do seu tempo de campanha no Estado da Califórnia, que tem 54 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Sua estratégia é vencer em Estados com grande número de votos eleitorais (Califórnia, Texas, com 32 e Flórida, com 25, entre outros).
Somados esses votos aos dos Estados do Meio-Oeste em que tem a preferência, Dole acha ser possível vencer a eleição, mesmo que perca em número de votos populares. O candidato que vence em um Estado fica com todos os seus votos no Colégio Eleitoral.

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