São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 1996
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Maluf promete quatro secretarias ao PFL em eventual governo Pitta

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O loteamento das secretarias num eventual governo paulistano de Celso Pitta (PPB) prosseguiu anteontem em almoço do prefeito Paulo Maluf com a bancada federal do PFL.
No almoço, servido na casa do prefeito, a peça de resistência política foi a promessa de dar quatro secretarias ao PFL, que é coligado ao PPB na eleição em São Paulo.
O deputado Régis de Oliveira, candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Pitta, deve ser nomeado secretário de Negócios Jurídicos.
As demais pastas que serão destinadas ao PFL dependem de um acerto interno naquele partido. Uma parte da bancada federal do PFL paulista está insatisfeita com o presidente estadual da legenda, Antônio Cabrera, o que está dificultando a definição dos nomes.
Cabrera, em viagem ao exterior, não compareceu ao almoço. Acordo feito quando o PFL se coligou ao PPB estabelecia que a Secretaria das Administrações Regionais seria entregue ao grupo pefelista ligado ao deputado estadual Gilberto Kassab, homem de confiança de Cabrera.
O deputado estadual Artur Alves Pinto (PL), atual secretário das Administrações Regionais, já sabe que não permanecerá no cargo.
Pitta confirmou ontem que manterá os principais secretários de Maluf, caso vença o segundo turno, conforme a Folha antecipou na edição de domingo.
'Continuidade'
Reynaldo de Barros (Vias Públicas), Roberto Paulo Richter (Saúde) e Lair Krahenbuhl (Habitação) devem continuar, pelo menos no início da administração.
"Para a proposta de continuidade é fundamental que os postos principais não sejam modificados", disse Pitta. O candidato malufista não quis, porém, citar os nomes dos secretários que serão mantidos.
Pitta avançou mais ontem ao defender o princípio da reeleição. Afirmou que a vitória de candidatos dos atuais prefeitos nas eleições municipais fortalece a tese. "É um bom recado para o reexame dessa questão", declarou.
O candidato malufista ressalvou que a reeleição deve ser permitida para todas as esferas da administração, e não apenas para a Presidência da República.
O afilhado político de Maluf disse também que não considera que, passando a emenda da reeleição, Fernando Henrique Cardoso torna-se um candidato imbatível, o que fecharia as portas do Palácio do Planalto ao atual prefeito. "Depende da conjuntura econômica e até de fatores externos", acha.
Maluf defendeu, em tese, o plebiscito para resolver a questão da reeleição. "O plebiscito existe em todo o mundo", afirmou.

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