São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 1996![]() |
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OAB diz que fumaça de usina ameaça o parque do Carmo Vizinhos se queixam de descaso por parte dos responsáveis FABIO SCHIVARTCHE
"Meus pêlos do corpo ficam todos assim, para cima, todos arrepiadinhos", conta a garota, que mora com a família no Jardim Nove de Julho, a 300 metros da usina. Asmática crônica, ela sabe que muito provavelmente terá de voltar a um hospital público para fazer inalação ou até mesmo se internar por um ou dois dias. Alguns moradores da região já se acostumaram com o cheiro de lixo e a fumaça que invade as casas. Outros, não. "Os médicos falam que ela vai continuar assim enquanto não mudar de casa. Mas não tenho dinheiro para sair daqui", diz a mãe de Diovina, a doméstica Helena Oliveira, 58. Reclamações Segundo o administrador da usina, Paulo César Lucchesi, 28, os moradores não fizeram nenhuma reclamação nos últimos seis meses. "É mentira", diz o pedreiro Luiz do Amaral, 46, que mora no Jardim Nove de Julho. "Já cansamos de falar com a prefeitura para acabar com isso e nada acontece", afirma. A usina de compostagem recebeu em setembro mais de 14 mil toneladas de lixo para ser transformadas em adubo, que é revendido para agricultores. A Comissão de Meio Ambiente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) aponta para o perigo de se manter a usina tão próxima ao parque do Carmo -cerca de 300 metros de distância. Para o presidente da entidade, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, 37, o funcionamento da usina compromete a saúde da cobertura vegetal do parque. "Além da fumaça que cobre as plantas, há resíduos que penetram no lençol freático", diz. Texto Anterior: Moradores lutam há 10 anos pelo fechamento de aterro Próximo Texto: Acúmulo de entulho entope as calçadas na Barra Funda Índice |
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