São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Grupo Corpo traz 'Bach' ao Municipal

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Grupo Corpo começa a mostrar hoje, no Teatro Municipal de São Paulo, o espetáculo "Bach", que estreou no mês passado na Bienal da Dança de Lyon (França).
Até agora inédito no Brasil, "Bach" foi apresentado na Maison de la Danse de Lyon, teatro dedicado à dança, onde o Corpo acaba de se tornar companhia residente.
Em razão deste status, que deve se prolongar até 1988, o Corpo se compromete a mostrar suas novas criações primeiro na França e depois no Brasil.
Após a temporada em Lyon, onde o Corpo já possui platéias cativas, "Bach" fez temporadas em mais cinco cidades francesas.
Para uma delas, Mulhouse, o coreógrafo do Corpo, Rodrigo Pederneiras, voltará em dezembro, para realizar uma nova obra solicitada pelo Ballet du Rhin.
Na noite de hoje, o Corpo inaugura sua turnê brasileira de 1996, que após São Paulo prossegue em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.
Além de "Bach", o programa desta temporada inclui "Sete ou Oito Peças para um Ballet", de 1994, com música de Philip Glass adaptada pelo compositor Marco Antonio Guimarães para os instrumentos musicais do Grupo Uakti, feitos de materiais como vidros e tubos de PVC.
"Bach" também conta com Marco Antonio Guimarães, diretor do Uakti, como autor da partitura, desenvolvida a partir de temas musicais de Bach.
À parte o desempenho do elenco do Corpo, que reúne talentos exaltados pela crítica internacional, "Bach" tem como ponto forte a ambientação cênica, em que tons vigorosos de azul, preto e dourado conferem, por vezes, uma dimensão futurista.
Nesta nova criação do Corpo, não sobressai somente o mérito do coreógrafo Rodrigo Pederneiras.
Seu irmão, Paulo Pederneiras, também se consagra como diretor de cena capaz de harmonizar todos os elementos do espetáculo.
Também diretor da companhia e responsável pelos projetos de iluminação dos espetáculos do Corpo, Paulo é o idealizador das novas propostas espaciais de "Bach".
Rompendo com os limites do chão como apoio único dos bailarinos, "Bach" estende a dança ao espaço aéreo. Por meio de 60 tubos metálicos presos no teto do palco, os bailarinos sugerem um encontro entre céu e terra.
Foi de Paulo Pederneiras a idéia de explorar o espaço superior, que também se relaciona aos tubos do órgão, um dos principais instrumentos musicais usados por Bach.
"Cabe a mim chegar à unidade do espetáculo, obtida por meio da combinação harmônica entre coreografia, iluminação, cenografia e figurinos", diz Paulo.

Espetáculo: Sete ou Oito Peças para um Ballet e Bach, com Grupo Corpo
Quando: de hoje a sáb, 21h; dom, 17h
Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça. Ramos de Azevedo, s/nº; tel. 222-8698)
Quanto: R$ 5 a R$ 8 (à venda na bilheteria do teatro ou pelo telefone 5589-8202)

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