São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Argentina indeniza parentes de ativistas

Desaparecidos são até 30 mil

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo argentino autorizou ontem o pagamento do primeiro lote de indenizações a familiares de vítimas do último regime militar no país (1976-1983).
Um grupo de 50 parentes de militantes de esquerda desaparecidos ou mortos pelo governo da época vai receber o equivalente a US$ 200 mil em títulos do governo. O ministro do Interior, Carlos Corach, que assinou a lei, disse que participava de um "evento histórico".
"Isso não vai trazer seus parentes de volta à vida, mas é uma pequena compensação que a sociedade deve a vocês", disse Corach a parentes de vítimas presentes à cerimônia.
Desde que uma lei abriu a possibilidade de compensações, o governo já recebeu 7.000 pedidos. Calcula-se que 30 mil pessoas tenham desaparecido durante o regime militar -oficialmente, foram 9.000.
O grupo de defesa dos direitos humanos Parentes de Detidos e Desaparecidos disse que a decisão do governo é positiva, mas não vai fazer com que os familiares parem de exigir uma explicação sobre o destino dos desaparecidos.
O governo escolheu para anunciar o pagamento uma data altamente simbólica. Ontem, houve diversas manifestações para os 13 anos da redemocratização argentina -em 30 de outubro de 1983, os argentinos voltaram às urnas para eleger Raúl Alfonsín presidente.
Alfonsín participaria na noite de ontem de um ato pelo aniversário de sua eleição, o que é considerado também o lançamento precoce de uma nova candidatura sua.

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