São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Voto negro; Caso Bodega; Esclarecimento; Tíquete-alimentação; Rigor matemático

Voto negro
"Negro também tem direito de ser malufista, como Celso Pitta, mas nós, do MNU (Movimento Negro Unificado), por conhecermos o malufismo, por lutarmos contra o racismo e a exploração dos oprimidos, somos contra o projeto malufista, mesmo na figura de negros.
Luís Alberto, coordenador nacional do Movimento Negro Unificado, manifesta nosso apoio aos projetos democráticos, os quais têm como filosofia estabelecer políticas públicas contra o racismo, como é o caso de Luiza Erundina em São Paulo.
Nosso projeto é nacional e manifesta-se por meio da nossa ação organizada, e não pessoal, visando a possíveis cargos, como esses malufistas de última hora."
Milton Barbosa, coordenador nacional de Formação Política e Organização do Movimento Negro Unificado (São Paulo, SP)

Caso Bodega
"A decisão do jovem e corajoso promotor de Justiça Eduardo Araujo da Silva de não oferecer a denúncia dos indiciados no caso do bar Bodega, se para alguns traz uma sensação de insegurança, para outros, os 'eternos' suspeitos, os negros e pobres deste país, traz a esperança de que, na hipótese de erros policiais, como tudo indica haver ocorrido nesse caso, poderão contar com um Ministério Público diligente que, com coragem, vontade e bom senso, buscará o cumprimento da lei, mas, principalmente, o respeito à liberdade de todas as pessoas."
Sônia Maria P. Nascimento, coordenadora do SOS Racismo do Geledés - Instituto da Mulher Negra (São Paulo, SP)
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"Os alunos do quinto ano diurno da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco vêm manifestar seu apoio ao promotor Eduardo Araujo da Silva pela consciente atuação no caso Bodega, não se deixando influenciar pela pressão da sociedade, principalmente da mídia, dignificando suas funções institucionais."
Rodrigo Marzola Colombini, seguem-se mais 87 assinaturas (São Paulo, SP)
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"Conheci o trabalho do dr. João Lopes Filho (delegado que foi acusado pelo Ministério Público de ter torturado os nove acusados pelo crime do bar Bodega) na ocasião do assassinato de meu sobrinho Gilberto Rabello.
O dr. João Lopes Filho fez com que eu voltasse a acreditar na polícia. Um homem digno e competente. Um verdadeiro policial.
Como é possível acreditar em marginais e desacreditar de um homem que tenta cumprir seu dever e trabalhar dentro da lei?
Só no Brasil encontramos casos como esse. Bandidos choram e passam a ser heróis e um homem com uma carreira voltada para a justiça se transforma em um homem sem crédito. Em que país vivemos?"
Celeste Barros Monteiro (Rio de Janeiro, RJ)

Esclarecimento
"Sobre a reportagem 'TCM considera convênios irregulares' (13/10): o Departamento Jurídico '22 de Agosto' do Centro de Estudos e Atividades Sociais -Ceats é uma sociedade civil, não-governamental, sem fins lucrativos, que completará, em 1997, 20 anos de existência. Foi criado, portanto, alguns anos antes do PT.
O Ceats (pessoa jurídica) estabeleceu convênios e os manteve durante vários anos, com várias entidades. E, durante três anos, manteve convênio com a Prefeitura de São Paulo para assessorar problemas de moradia da população. A prefeitura foi quem rompeu unilateralmente os convênios, apesar de inadimplente com as entidades.
José Mentor (pessoa física) jamais manteve qualquer tipo de vínculo direto com a prefeitura ou qualquer outro órgão municipal, nem quando advogado e, muito menos, como vereador."
José Mentor, vereador pelo PT e ex-coordenador-geral do Ceats -Centro de Estudos e Atividades Sociais (São Paulo, SP)

Tíquete-alimentação
"Não dá para aceitar a ofensa grosseira, preconceituosa e descabida do sr. Luiz Fernando Furquim ('Painel do Leitor', 25/10) ao afirmar que a proposta do governo de substituir tíquete-alimentação por dinheiro criaria uma evasão fiscal dos impostos recolhidos por bares e restaurantes.
A grande perda fiscal do governo é com a permissão para que as empresas compradoras dos tíquetes possam descontar do Imposto de Renda a pagar, duplamente, os gastos com os mesmos. São milhões de reais, que engordam os lucros das empresas emitentes.
Também se equivocam Luís Nassif e Luiz Furquim quando dizem que a proposta do governo abriria nas empresas brecha para sonegação de impostos. Isso porque uma fiscalização eficiente, feita pela Receita com a cooperação do INSS e dos sindicatos, exporia publicamente as empresas que tentassem sonegar."
Percival Maricato, presidente da Abredi -Associação de Bares e Restaurantes Diferenciados (São Paulo, SP)

Rigor matemático
"Não que eu queira chatear o presidente mais do que o jornalista Clóvis Rossi, possivelmente, o fez em seu artigo de 29/9, mas por uma questão de rigor matemático: FHC não desiludiu apenas 27% dos que estavam otimistas em relação ao seu governo, mas 38%.
Explico: em cada 100 pessoas 70 eram otimistas, hoje são 43, portanto dentre os otimistas 38% foram desiludidos."
Jayme Seta Filho (São Bernardo do Campo, SP)

Resposta do jornalista Clóvis Rossi - O leitor tem razão. Troquei 27 pontos percentuais por 27%.

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