São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PFL de Belo Horizonte vai apoiar PSB

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O PFL de Belo Horizonte formalizou ontem o seu apoio ao candidato do PSB, Célio de Castro. O PFL se alia a Castro, ficando ao lado dos partidos de esquerda, como o PT, PCB, PC do B, PV e PDT.
O candidato derrotado do PFL no primeiro turno e presidente municipal do partido, Paulino Cícero, disse que a opção se deu pela "dignidade" de Castro.
Cícero disse que apóia Castro também "pelas idéias e pelo programa que o candidato representa" e, nessa linha, disse que o PFL da capital mineira é "diferente" do PFL do Estado e nacional -que, segundo ele, respeitam a decisão do diretório municipal.
"Nenhum partido consegue ser orgânico, homogêneo", disse Cícero, que defende posições nacionalistas e se coloca contra a privatização de algumas empresas estatais, como a Vale do Rio Doce.
Castro justificou o apoio do PFL de Belo Horizonte, e especialmente de Cícero, usando essa mesma linha: "A trajetória política nossa está muito próxima".
Mas a questão da política local foi determinante nessa escolha, já que Paulino Cícero é um ferrenho adversário dos tucanos mineiros.
Na eleição de 94 ao governo do Estado, Cícero, filiado ao PSDB, não apoiou Eduardo Azeredo, o então candidato tucano.
Programas eleitorais
O PSDB do candidato Amilcar Martins vem usando táticas diferentes nos programas do horário eleitoral do rádio e da televisão.
O tucano ataca sistematicamente seu adversário nos programas de rádio, mas na TV adota uma linguagem bem mais leve.
No rádio, os tucanos estão jogando pesado contra o socialista, que já foi chamado de "mentiroso" e "doutor Pinóquio".
O primeiro programa do segundo turno chegou a criar problemas internos na coordenação da campanha. Martins criticou os responsáveis pelo programa pelos ataques, que valeram três pedidos de direito de resposta por parte de Castro. A Justiça Eleitoral deve se pronunciar nos próximos dias.
Publicamente, Martins assumiu a responsabilidade pelos programas, dizendo que seus assessores seguem sua orientação. Mas ele se irritou com a forma agressiva como os ataques foram feitos.
Segundo o coordenador de comunicação da campanha tucana, o publicitário Daniel Freitas, a linguagem radiofônica é, tradicionalmente, mais "popular, podendo dizer até chula".
"O rádio comporta esse tratamento", diz Freitas, acrescentando que, apesar disso, "o ataque pessoal não funciona".

Texto Anterior: Presidente do TRE proíbe PT de exibir apoio
Próximo Texto: Líder do PT ataca candidato malufista
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.