São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Psicóloga perde prima e cuida de parente de vítima

DA SUCURSAL DO RIO

A psicóloga Cristina Secchin, que assistiu os parentes de vítimas do vôo 402 da TAM no aeroporto Santos Dumont, viveu os dois lados da tragédia: a jornalista Regina Lemos, que morreu no desastre, era sua prima.
Cristina, 42, é psicóloga da rede de hotéis Othon, com a qual a TAM mantém convênio para o fornecimento de hospedagens e passagens aéreas.
Ela estava trabalhando no hotel Aeroporto Othon, perto do Santos Dumont, por volta de meio-dia, quando foi chamada ao Leme Othon, no Leme (zona sul), para dar assistência a tripulantes da TAM que iriam voar mais tarde e poderiam estar impressionados com o acidente.
Ao telefonar para a mãe para avisar que chegaria em casa mais tarde que o previsto, Cristina foi informada do acidente e da morte da prima.
Ainda assim, ela se ofereceu para ajudar os parentes de vítimas que fossem ao aeroporto em busca de informações, o que começou a fazer às 15h30.
No final da tarde, a psicóloga afirmou que não usava sempre o mesmo discurso com as pessoas que vinha assistindo. "A necessidade de cada um é diferente. Alguns choram, outros choram muito, outros ficam mais contidos."
Coincidência
Uma coincidência colocou, no mesmo avião da TAM que caiu em São Paulo, dois funcionários da Coca-Cola do Rio, que embarcaram em cidades diferentes: Leandro Calfas, 24, vindo de Campo Grande, e Marta de Almeida Palma, 31, de São Paulo.
O engenheiro mecânico Calfas, 24, era trainee de embalagens da Diretoria Técnica da Coca-Cola.
Ele viajara para visitar uma fábrica da empresa em Mato Grosso do Sul na última segunda-feira e só deveria voltar ontem à tarde.
Por motivo que a empresa ignora, resolveu antecipar a viagem para a manhã.
Marta era gerente de Contas Comerciais da empresa, e fora anteontem para São Paulo, participar de uma reunião.
Ela era formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio. Solteira, Marta não tinha filhos e morava em Copacabana (zona sul).

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