São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Famílias das vítimas correm para IML

DA REPORTAGEM LOCAL

A porta do IML central se transformou em ponto de concentração das famílias das vítimas do acidente com o Fokker-100, preocupadas em reconhecer os parentes.
O motorista Rubens Pereira de Oliveira, 48, foi um dos primeiros a chegar ao IML. Ele era morador de uma das casas mais atingidas pelo acidente.
"Na hora do acidente, havia seis pessoas dentro de casa. Cinco já foram localizadas, conseguiram escapar pelos fundos. Só não localizamos ainda meu cunhado", afirmou, desesperado.
No momento do acidente, segundo ele, estavam na casa duas tias, o sogro, uma sobrinha, e dois cunhados. "A casa foi totalmente destruída. A asa do avião cortou a frente da casa e o fogo queimou o resto", disse.
Oliveira acabou saindo sem conseguir saber se o cunhado, o professor Marco Antonio de Oliveira, 36, estava ou não entre os mortos no acidente.
O aposentado João Lopes de Oliveira, 85, também tentava, à porta do IML, alguma informação sobre o sobrinho Aluísio Camargo Fonseca, 53, que estaria no vôo.
"Ele pegava este vôo todas as semanas, para ir ao Rio trabalhar", afirmou Oliveira.
O mecânico de manutenção Vagner da Silva Alves, 19, foi ao IML para tentar reconhecer o amigo Marcelo Binoto, comissário de bordo do avião. "Passei na casa dele quando fiquei sabendo do acidente. A família dele não teria condições de vir", disse.
Alívio
Algumas pessoas acabaram saindo aliviadas com as informações conseguidas no IML. O operador de câmbio Paulo Sérgio Lopes, 27, foi até lá em busca de informações sobre o tio, que viajaria ontem ao Rio num vôo da TAM e soube lá que se tratava de outro vôo.
"Eu estava em Sorocaba, trabalhando, quando me ligaram para avisar do acidente. Vim correndo para cá, mas felizmente o vôo era outro. Me senti aliviado", disse.
Lopes disse que veio "voando" de Sorocaba a São Paulo, fazendo o trajeto em 51 minutos. "Normalmente levo uma hora e meia. Vim que nem doido", disse.

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