São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Para estudantes, piloto do avião desviou para não bater em escola

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Alunos e funcionários da Escola Estadual de 1º e 2º graus Doutor Ângelo Mendes de Almeida, que fica a menos de 10 metros do local em que o avião colidiu com o primeiro prédio, afirmaram que o piloto desviou a rota para não cair sobre o colégio.
No momento da queda, havia cerca de 800 pessoas na escola. Houve pânico, principalmente entre alunos que moram na região.
Alguns passaram mal, mas ninguém se feriu, já que a fuselagem que se desprendeu do avião não atingiu o colégio.
"Eu estava fazendo educação física na quadra de esportes, e deu a impressão que ia pegar direitinho a escola. Mas o piloto fez uma manobra do além, virou a nave de um jeito que conseguiu desviar. Ele foi um gênio", disse a aluna Fabíola de Paula Costa, 17.
Ela mora em uma das casas mais atingidas pelo avião e ficou muito assustada com a possibilidade de algum parente ter se ferido. "Tinha um monte de mortos na minha casa, mas nenhum parente meu", afirmou.
Barulhão
Outras testemunhas confirmam que o avião iria cair sobre a escola caso o piloto não tivesse desviado a rota.
"Eu ouvi um barulhão e vi a sombra do avião encobrindo a escola, uma imagem aterradora. Com certeza o piloto desviou para não causar uma tragédia de proporções catastróficas", afirma a diretora Juraci de Cássia Fonseca, 45.
"Sempre temi que algo assim acontecesse, pois os jatos passam a poucos metros do teto do colégio, dando a impressão de que todos os vidros vão explodir."
Segundo ela, estudam na escola atualmente cerca de 2.200 alunos, nos três períodos.
O carpinteiro Juarez Brito, 27, que estava pintando o muro da escola, disse que a asa do avião virou rapidamente pouco antes da queda. "Foi uma virada estranha, mas que ajudou a salvar vidas", afirmou.
Diversos pais de alunos foram até a escola durante a manhã para saber se havia vítimas, aumentando o clima de tensão e nervosismo.
As aulas foram suspensas imediatamente após a queda do avião, e as 20 salas de aula foram cedidas para que a equipe de salvamento pudesse distribuir lanche para os bombeiros e policiais que trabalhavam nos escombros.
Segundo a diretora do colégio, até a tarde de ontem, ainda não havia previsão para a retomada das aulas.

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