São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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FHC quer revisão de aeroportos em centros

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o governo vai rever as condições dos aeroportos em grandes centros urbanos "para corrigir, se for o caso, problemas que possam provocar outros acidentes aéreos".
"Acidente, o nome já diz: algo que não era previsto. (Mas esse) chama a atenção para as condições dos nossos aeroportos em centros que são de alta densidade populacional", disse FHC, em pronunciamento à nação, às 11h53 de ontem.
Dentre os 65 aeroportos administrados pela Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), 4 estão localizados em meio a grandes cidades: Congonhas (São Paulo), Santos Dumont (Rio), Pampulha (Belo Horizonte) e Guararapes (Recife).
Segundo o presidente, "tudo será feito para apurar as responsabilidades" no acidente envolvendo o avião da TAM, em São Paulo.
FHC disse que não queria "adiantar nada", mas afirmou que eventuais problemas nesses aeroportos devem ser corrigidos.
Usando um terno azul-escuro (em geral, ele só usa ternos claros), FHC falou pausadamente -fez questão de enfatizar que estava "expressando um sentimento de profundo pesar".
O presidente estava acompanhado do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que antes participou de audiência com ele. A seguir, a íntegra do pronunciamento:
*
"Eu queria apenas expressar, em nome do governo e falando pelo povo brasileiro, um sentimento de profundo pesar, de consternação mesmo, pelo que aconteceu em São Paulo, nesse acidente.
Acidente, já o nome diz: é algo que não era previsto. Mas nós temos que lembrar que não só morreram muitos brasileiros e brasileiras que eram passageiros do avião, mas também pessoas que estavam em suas casas. O que chama a atenção para as condições dos nossos aeroportos em centros que são de alta densidade populacional.
Nada disso, naturalmente, substitui a tristeza no coração dos familiares, dos amigos e -eu creio- de todos nós brasileiros. Eu não tenho informações mais detalhadas. Eu conversei com o governador (Mário Covas), conversei com o prefeito (Paulo Maluf), mas não tenho informações mais detalhadas -nem é o caso.
Nessa altura dos acontecimentos, o que é importante é expressar que, realmente, todos nós, todos mesmo, sem exceção, nos sentimos constrangidos e irmanados com o sofrimento dos familiares e pensando naqueles que se foram.
E tenho a certeza de que tudo será feito para apurar as responsabilidades e também para corrigir, se for o caso, problemas dessa natureza no futuro.
Não quero adiantar nada. Estou apenas -até como pessoa- expressando meu sentimento de profundo pesar."

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