São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Cargueiro caiu sobre favela em Guarulhos

DENISE ELIAS
DO BANCO DE DADOS

O acidente aéreo de ontem não foi o primeiro a destruir casas e fazer vítimas em terra em São Paulo. Um Boeing-707 de carga da Transbrasil caiu, em 21 de março de 1989, sobre a favela do Jardim Ipanema, em Guarulhos (SP).
Faltavam pouco menos de 3.000 metros para o pouso no Aeroporto Internacional de Guarulhos (em Cumbica).
O avião realizava, em condições visuais, o procedimento de aproximação final para pouso. Na queda, um prédio de três andares e dois sobrados foram atingidos.
O avião explodiu e incendiou parte da favela, localizada a poucos metros do local. Nos tanques do avião havia cerca de 15 mil litros de combustível.
O acidente matou os três tripulantes e mais 22 pessoas, além de ter deixado mais de cem feridos.
Inspeção
O cargueiro vinha de Manaus (AM), com 26 toneladas de equipamentos eletrônicos. Nenhuma falha havia sido comunicada à torre de comando do aeroporto.
Segundo o brigadeiro Moreira Lima, então ministro da Aeronáutica, o Boeing-707 acidentado havia sido inspecionado pelo DAC (Departamento de Aviação Civil) dois meses antes e considerado perfeito.
As condições do aeroporto de Guarulhos também eram satisfatórias. Os equipamentos foram checados logo após o acidente por um avião de inspeção da FAB.
A análise da caixa-preta do avião foi realizada em Washington (EUA).
Os últimos 30 minutos mais importantes de informações da caixa-preta estavam com chiados.
Foi possível identificar uma queda repentina de velocidade e perda de sustentação. Isso significaria que as causas do acidente teriam sido por falha humana, segundo informou a Assessoria de Comunicação Social do DAC.
A Transbrasil indenizou as famílias dos mortos sete meses após o acidente e se comprometeu a construir 12 casas para os desabrigados, num terreno da Prefeitura de Guarulhos.

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