São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Nova série de Jeff Smith mostra que gula não é pecado

CASSIANO MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Logo na nona página da "Bíblia", Noé começa a lavrar a terra e planta uma vinha. Bebe vinho e embebeda-se.
Essa é uma das histórias que o mestre-cuca americano Jeff Smith conta na série de programas "Frugal Gourmet", inspirada no sagrado livro, que a TV paga GNT exibe a partir de amanhã, às 18h30.
Os 26 episódios, produzidos em 1995, mas inéditos no Brasil, mostram aquilo que o cozinheiro sabe fazer melhor: cozinha com tempero de religião e história.
A história do gourmet é famosa. Smith ensinava religião numa escola metodista quando, "como que iluminado", começou a se interessar pelo "significado ritual das refeições".
Estudou técnicas culinárias, comeu muito e desenvolveu uma escola de cozinha chamada "A Despensa do Capelão".
Com as influências de sua mãe norueguesa, "que me criou junto ao fogão", Smith aprendeu rápido e logo foi convidado a ensinar os alunos a "comer história" na TV.
Em "Frugal Gourmet", ele pretende unir produtos frugais, ou seja, bem aproveitados e a custos reduzidos, ao "gourmet", termo que designa o "amante da boa cozinha".
É com esses mesmos princípios que Smith apresenta os novos programas, da série bíblica, que serão exibidos nas quintas e sextas de novembro, às 19h, e aos sábados, às 18h30.
No episódio "Definição de Teologia: a Cebola", por exemplo, o "chef" conta como esse bulbo funciona como linguagem para a fala de Deus na "Bíblia". No livro lançado no Brasil, "Frugal Gourmet" (ed. Ediouro), Smith mostra que a cebola, originária da Ásia, era adorada no Egito "como um deus menor".
Nessa nova série, com o mesmo estilo desastrado de cozinhar, em que não usa xícaras como medida, mas pitadas, o gourmet continua "pregando" que gula não é pecado.
(CEM)

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