São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996 |
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Um ponto ao dia
LUIZ CAVERSAN Rio de Janeiro - Basta fazer um pequeno exercício de numerologia para concluir que o candidato do PSDB, Sérgio Cabral Filho, precisa conquistar diariamente, de hoje a 15 de novembro, um ponto percentual das intenções de voto para ser o novo prefeito do Rio.De acordo com as pesquisas mais recentes, Luiz Paulo Conde, do PFL, lidera com folga. Pelo último levantamento do Datafolha, ele tem 46% das intenções de votos, contra 27% de Cabral. Ou seja, uma diferença de 19 pontos para ser revertida em 15 dias; 1,2 ponto percentual por dia. A situação em que os dois candidatos saíram do primeiro turno já era francamente favorável a Conde -ele teve 40,27% dos votos e Cabral, 24,64%. Mas não se tratava de um quadro de todo desalentador para o candidato tucano. Sim, porque há casos recentes de diferenças até maiores que essas terem sido revertidas no intervalo entre primeiro e segundo turno. Os exemplos mais frequentemente lembrados são a eleição de César Maia em 92, vencedor depois de ficar atrás de Benedita da Silva, e a vitória de Fleury Filho para governador de São Paulo, após ver Paulo Maluf à sua frente, em 90. Helio Costa também passou ao segundo turno bem à frente de Eduardo Azeredo, na eleição mineira de 94, mas acabou perdendo. São exceções que confirmam a regra? Talvez. Mas o certo é que todos esses vencedores contaram com a adesão de outros partidos para dar a virada. O que não está acontecendo com Cabral, que amarga a decisão dos partidos de esquerda, PT e PDT à frente, de terem optado pelo voto nulo. E, sem virada, só com um ponto percentual ao dia. * Balas perdidas, bombas caseiras, aviões que caem. "O horror, o horror" (Joseph Conrad, "O Coração das Trevas"). Texto Anterior: Estratégia reversa Próximo Texto: Um par de óculos na ótica Purdy Índice |
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