São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Anfavea propõe criar fundo para autopeça

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Anfavea propôs ao Sindipeças a criação de um fundo para auxiliar a reestruturação de empresas do setor de autopeças.
Em troca da criação do fundo, os fornecedores desistiriam de pedir aumento da alíquota de importação para 11,2% em 97. O imposto ficaria em 4,8%.
As montadoras de veículos repassariam a seus fornecedores cerca de US$ 48 milhões em 97, valor equivalente a 2,4% do total das importações de peças, estimado em cerca de US$ 2 bilhões.
Segundo Silvano Valentino, presidente da Anfavea, entidade que reúne as montadores, esses recursos seriam entregues "a fundo perdido".
O banco criou linha de crédito de R$ 500 milhões para reestruturação das indústrias de autopeças.
Sem acordo
"Nosso objetivo é encontrar formas de auxiliar o setor de autopeças, sem mexer no regime automotivo", diz Valentino.
A proposta foi apresentada ao Sindipeças quinta-feira, por telefone. Segundo Valentino, foi recusada pelos fornecedores.
Paulo Butori, presidente do Sindipeças, confirma que não há acordo. "A proposta não tem sentido. Não estamos pedindo esmola. O que queremos é uma política correta para o setor."
O governo havia dado prazo até ontem para que as duas partes chegassem a um acordo sobre as alíquotas de importação para o setor. Valentino conta que a sugestão de criação do fundo foi enviada oficialmente ontem ao Ministério da Indústria e Comércio. Segundo ele, o governo "gostou da idéia".
Valentino afirma que a forma de administração do fundo não está definida.
Nova proposta
O regime automotivo prevê alíquota de 4,8% na importação de peças em 97. Esse índice sobe para 7,2%, em 98, e 9,6%, em 99, para chegar a 16% em 2000.
O setor de autopeças quer que a alíquota vá para 11,2% no ano que vem, 12,4% em 98, e 14,2% em 99.
A Anfavea chegou a apresentar uma proposta alternativa há duas semanas : alíquota única de 7,2% entre 97 e 99 (tarifa média).
A proposta do fundo é uma variação da proposta. Só que em vez de subir para 7,2% em 97, a tarifa continuaria em 4,8%. Os 2,4 pontos percentuais restantes não iriam para a Receita. Ficariam com o novo fundo.

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