São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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REPERCUSSÃO

Carlos Alberto Idoeta, diretor da Anistia Internacional - "Falo em caráter pessoal. A participação maior de jornalistas teria tornado o debate menos insosso. Pitta se mostrou um candidato bem treinado para dissimular a inexperiência como administrador. Erundina não conseguir vender a imagem de candidata mais preocupada com o social."
Leôncio Martins Rodrigues, cientista político: "Acho que Erundina se saiu bem. Ela é mais incisiva, passa uma imagem de maior sinceridade. A situação dela é melhor porque sempre para quem está na oposição é mais fácil criticar. O Pitta não respondeu a algumas questões, como, por exemplo, o salário dos médicos do PAS (Plano de Atendimento à Saúde). Ficou na defensiva."

Cida Moreira, cantora - "Nenhum dos dois foi bem. Achei o debate falso, superficial, artificial. O Pitta pareceu ter decorado textos de respostas. A Erundina é mais humana. Sou, há muitos anos, petista convicta, ideológica, mas acho que Erundina foi prejudicada por uma campanha ruim, malfeita. Ela não conseguiu se livrar de pessoas no PT que só querem galgar postos. Não acho que o debate possa reverter o resultado. Pitta já está eleito."

Milton Santos, professor de geografia humana da USP - "Os candidatos se perderam em miudezas, em questões fragmentárias, como quem construiu mais. O prefeito de São Paulo tem que ser um estadista, pois dirige 11 milhões de pessoas. Não pode se perder discutindo apenas orçamento em vez da economia global, ou apenas assistência social em vez de discutir uma política social. Os jornalistas pareceram mais preocupados em discutir política do que os próprios candidatos."

Mauro Salles, presidente do conselho da Salles DMB&B - "O debate mostrou um Celso Pitta seguro, com a firme decisão de ser objetivo. Do outro lado, uma Erundina nervosa, que deixou algumas perguntas sem resposta, como o empreguismo. Pitta utilizou os instrumentos que consolidaram sua posição no primeiro turno e Erundina mostrou que não consegue criar fato novo."

David Uip, médico infectologista do Hospital das Clínicas e do Incor - "Os candidatos fizeram um debate flash-back. Ficaram discutindo as administrações passadas da Erundina e do Maluf. Não fizeram propostas para resolver os problemas da cidade, que é o que realmente interessa. Na área de saúde, mostraram um simplismo enorme. Não debateram, por exemplo, a necessidade de se combater preventivamente doenças. Falaram do PAS, mas não discutiram se ele é compatível ou não com o SUS ou se ele dá um bom atendimento terciário, por exemplo."

Maria Vitória Benevides, professora da USP - "Erundina fez as perguntas mais incisivas, enfatizou que conhece mais a cidade e denunciou os salários do PAS. O Pitta deu uma escorregada feia ao desqualificar o PNBE e a Abrinq."

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