São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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BNDES tem financiamento para sistema

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou até o momento R$ 24 milhões para cinco empresas que funcionam em autogestão.
Embora existam 16 empresas operando neste sistema e que também necessitam de financiamento, a legislação não permite que órgãos públicos emprestem recursos à empresas com falência requerida e débitos com o Fisco -situação da maioria das empresas que adotou o sistema de autogestão.
Facit, Frunorte, Skillcoplast, Hidrophoenix e Cobertores Parayba foram as empresas beneficiadas com recursos do BNDES para que os empregados pudessem comprar sua participação acionária na empresa e máquinas.
O BNDES é um banco de fomento, que libera créditos para empresas com projetos de desenvolvimento na área industrial.
Os juros são, em média, de 16% ao ano, além de 18 meses de carência para pagamento do principal da dívida, diz Aparecido Faria, diretor da Anteag, associação dos trabalhadores em empresas de autogestão.
Financiamento da Finep
Um programa da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), da Secretaria de Ciência e Tecnologia, abriu em maio passado uma linha de crédito no valor de R$ 20 milhões para desenvolvimento das empresas de autogestão.
O Prondea, como é conhecido o programa, tem o objetivo de financiar recursos para a modernização do processo produtivo das empresas e realizar pesquisas e consultorias para aperfeiçoamento da mão-de-obra.
Segundo Faria, vários pedidos de financiamento já foram efetuados e alguns deverão ser liberados em breve, já que a liberação demora em média seis meses.
O total de recursos solicitados não chega ainda a R$ 1 milhão. Neste caso o financiamento pode ser obtido por empresas que ainda apresentam irregularidades financeiras, diz Faria.
Treinar o empregado
A Finep afirma, no âmbito do programa, que é necessário motivar o trabalhador e treinar a mão-de-obra da empresa.
Segundo o órgão, o trabalhador permanece na empresa autogerida muito mais pressionado pelo medo de perder o emprego do que pelo fato de acreditar em um projeto coletivo, daí a necessidade de se investir no quadro pessoal.
"Somente as empresas que montarem projetos e investirem no aperfeiçoamento da mão-de-obra conseguiram sair da crise", afirma Faria.

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