São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Serra declara ter gasto R$ 8 milhões na campanha, 5 vezes mais do que Rossi

FÁBIO SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, declarou ao TRE que gastou R$ 8,1 milhões em sua campanha. O valor é cinco vezes maior do que o declarado pelo candidato do PDT, Francisco Rossi -R$ 1,69 milhão- e 20 vezes o que foi gasto pelo peemedebista José Aristodemo Pinotti -R$ 414 mil.
Esses valores constam das prestações de contas apresentadas pelos candidatos ao TRE no sábado, prazo final para os candidatos que não foram para o segundo turno apresentarem seus balanços.
Celso Pitta (PPB) e Luiza Erundina (PT) poderão apresentar suas contas apenas depois do segundo turno da eleição.
Os documentos apresentados pelos candidatos estão sendo analisados por contadores do Tribunal de Contas do Município, junto com as contas dos candidatos a vereador de todos os partidos.
O maior contribuinte da campanha tucana é uma empresa pouco conhecida, a Focon Formento Com. Ltda., que fez uma doação de R$ 500 mil, sendo R$ 250 mil em 20 de agosto e outra quantia igual em 23 de outubro, 20 dias após a derrota de Serra no segundo turno e prazo final para contribuições. Em segundo lugar vem a NEC do Brasil, empresa do ramo de telecomunicações, que doou R$ 300 mil. A mesma quantia foi doada por outra empresa pouco conhecida: União de Com. e Partic. Ltda..
Algumas empresas investiram nas três campanhas, como a Companhia Suzano de Papel e Celulose, que doou R$ 63 mil a Serra, R$ 32 mil a Rossi e R$ 12 mil a Pinotti.
Gastos com TV
O que mais consumiu dinheiro nas campanhas desses candidatos foi o programa de televisão. Serra declarou ter gasto R$ 2,4 milhões nesse item. Rossi gastou R$ 500 mil com seu programa de televisão. Pinotti, R$ 200 mil.
Como Serra teve 819.995 votos, cada voto seu custou R$ 9,9 reais. A mesma conta para Rossi, que teve 400.536 votos, conclui que sua campanha custou R$ 4,2 por voto.
O tesoureiro da campanha de Serra, Luis Fernando Furquim, disse que a campanha teria problemas junto ao TRE no segundo turno, já que a previsão inicial de gastos era de R$ 9,5 milhões, e no primeiro turno gastou-se quase isso. "Teríamos que renegociar um valor", disse Furquim.

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