São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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5 corpos ainda não foram reconhecidos

DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco vítimas do vôo 402 ainda não haviam sido oficialmente identificadas pelos médicos legistas do IML central (Instituto Médico Legal) até a noite de ontem.
Os corpos de Flávia Stalti, Flávio Araújo Filho, Gilberto Aquino Júnior, Luiz Lauro Romero e Maria Silvaneti Lima já passaram por uma bateria de exames (impressão digital, radiografias e outros), mas não foram reconhecidos por estarem totalmente queimados e mutilados.
Ontem, foram identificadas pelos familiares e médicos legistas mais seis vítimas da tragédia.
Martírio
Para Nilce Maria Villani Fonseca, mulher do executivo Aluízio Camargo Fonseca, 53, morto no acidente, é o fim de um martírio.
"É horrível ficar aqui esperando. Não aguentava mais esta indecisão", afirmou.
O corpo de seu marido passou por várias fases do processo de identificação, nos quatro dias em que permaneceu no IML. Primeiro, parentes tentaram localizar Fonseca pelo vídeo exibido no flat onde a TAM hospedou as famílias.
Depois, pelas impressões digitais. Sem sucesso, os médicos legistas tentaram o reconhecimento pela arcada dentária.
"Conseguiram identificar ele por causa de uma incrustação do dente da frente que vivia caindo", afirmou Nilce.
Os parentes das vítimas que ainda não haviam sido reconhecidas na noite de ontem se reuniram com a direção do IML para decidir o próximo passo na identificação.
Segundo o diretor do IML, Francisco Claro, 55, os médicos legistas vão insistir na técnica utilizada até agora.
"Esperamos identificar os corpos restantes com novas radiografias e outros indícios trazidos por parentes das vítimas", afirmou. Segundo o diretor do IML, o teste comparativo de DNA só ser feito em última hipótese. Mas ele não fixou data para recorrer à técnica.
Enterro
O engenheiro Arthur Eduardo Gasparian, 54, foi enterrado ontem à tarde no Cemitério do Araçá, região central da cidade.
Sua identificação demorou quatro dias e só pôde ser feita por radiografias trazidas por funcionários da multinacional alemã Voith, da qual era um dos diretores.
Formado pelo ITA, Gasparian trabalhou na Suíça na década de 60, quando se especializou em energia nuclear.
Desenho
Ontem, Kristofer Cunha Landi, 11, e um grupo de amigos se reuniram no local da queda do avião para fazer desenhos dos destroços deixados pelo acidente.

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