São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Maradona assume ter feito uso de 'antidopings particulares'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Maradona admitiu ontem que, antes de cada jogo oficial, realizava um exame antidoping particular para saber, antecipadamente, se teria condições de jogo ou não.
"Reconheço meus problemas com as drogas. Minhas análises não dão positivo porque antes das partidas faço um controle", disse o ex-jogador no "Dia D", programa de televisão argentino.
Maradona já falara sobre o tema ao jornal italiano "A República".
"Faço análises próprias há anos. Se davam positivo, não jogava no domingo", disse.
O ex-jogador depôs na semana passada sobre a ligação de seu empresário, Guilhermo Cóppola, com exames antidopings falsos.
Maradona tenta provar ao juiz Carlos Branca, que está investigando fraudes de controles antidopagem na Argentina, a inocência de seu empresário.
"Meteram algo na cabeça do juiz. Não sei quem, se policiais ou alguém que quer matar Cóppola."
Segundo o ex-jogador, que assistiu anteontem a derrota do Boca Juniors para o Independiente (0 a 1), a prisão de seu empresário serviu a "interesses políticos e para tapar casos de corrupção".
Em um programa de televisão, o ex-jogador acusou políticos, entre os quais o governador da província de Buenos Aires, Eduardo Duhalde, de usarem drogas.
"Há um monte de políticos que, apesar de se manifestarem contra o narcotráfico, se drogam", disse.
Maradona disse ter iniciado com as drogas em 1983 e que o vício é uma "enfermidade contra a qual luta" diariamente.
"O pior que me aconteceu foi a droga. Luto para despertar a cada manhã porque é muito duro não poder desfrutar dos filhos e do próprio dia", disse Maradona.
O craque fala em voltar a jogar.
"Estou seguro de que jogarei outra vez pelo Boca. A bola é sempre importante para mim", disse.

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