São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Garoa

MELCHIADES FILHO

A NBA continua nos trilhos do sucesso, suas bodas de ouro são um marco na história do esporte, e a festa de aniversário, na sexta, foi bastante divertida.
Mas um alerta acendeu em plena semana do cinquentenário da liga norte-americana.
Seu comitê executivo, meio na surdina, precisou aprovar um pacote de emergência.
Oito times pediam socorro para equilibrar as finanças.
"Poupamos há anos para o que chamamos de dia de chuva; agora começou a garoar", justificou o "sim" David Stern, o todo-poderoso dirigente da NBA.
A liga ajudará com até US$ 3 milhões anuais por equipe.
Os motivos do buraco? Salários e geografia.
Por contrato, os vencimentos dos jogadores estão vinculados à arrecadação global das 29 franquias do campeonato.
Cabe aos atletas 50,1% do faturamento total com TV, marketing e ingressos.
Em 95-96, esse valor raspou US$ 1,4 bilhão. Ou seja, US$ 700 milhões seguem para os jogadores -na divisão, pouco mais de US$ 23 milhões por time.
O problema surge porque, se as principais despesas são as mesmas para cada franquia, a receita não é igual.
Equipes de grandes centros, como Chicago e New York, faturam bem mais do que as sitiadas em pequenos mercados, como Milwaukee e Indiana.
As razões são óbvias: mais habitantes = mais torcedores = mais consumidores.
Não há boa administração que resolva esse dilema.
Pelo menos três "nanicos" perderam dinheiro já em 95.
Críticos acham que a gestão Stern vai pagar um dia pelo seu gigantismo, que alguns times pequenos acabarão fechando.
O cartola desafia o apocalipse com esse fundo da salvação.
*
Aliás, a idéia de uma superliga, que controle e saneie o cofre das equipes, foi lembrada certa vez pelo técnico Marcel para salvar o basquete nacional.

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