São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996 |
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Atendimento aos parentes; Intimação; Acervo; Testes com preservativos; Silêncio constrangedor; Números reveladores Atendimento aos parentes "Na reportagem 'IML não fixa prazo para terminar reconhecimento das vítimas' (2/11), o repórter Fabio Schivartche afirmou que 'conseguiu furar o bloqueio policial' e observar a condição de parentes das vítimas do vôo 402. Segundo o repórter, havia apenas quatro bancos para mais de cem pessoas e dois telefones, onde um só funcionava. O jornalista não precisava ter furado o bloqueio policial para constatar a situação dos parentes, pois fora montada uma sala especial de atendimento do outro lado da rua, no Instituto da Criança, desde a manhã da sexta-feira. Com um auditório para mais de 150 pessoas, o apoio da Defesa Civil do Estado e sob a supervisão de quatro secretários de Estado, que ao longo dos últimos quatro dias estiveram periodicamente no local, além do próprio governador Mário Covas, os familiares puderam ter lá o merecido atendimento, inclusive com café e lanches. As cem pessoas observadas pelo repórter por opção própria aglomeravam-se nas dependências do IML, na esperança, mais que compreensível, de conseguirem mais rapidamente a liberação de seus parentes. Nessa situação não cabia ao Estado retirá-las à força do local, mas oferecer uma alternativa mais confortável, o que foi realizado, com rapidez e eficiência, porém sem a atenção do repórter, que preferiu ultrapassar o limite estabelecido pela polícia para evitar aglomeração de curiosos e pessoas que poderiam atrapalhar o andamento dos trabalhos." José Afonso da Silva, secretário da Segurança Pública (São Paulo, SP) Intimação "Gostaria de restabelecer a verdade dos fatos quanto às providências adotadas pela prefeitura por meio da Administração Regional do Jabaquara após a queda do jato na área de nossa administração. Para atender aqueles moradores preocupados em não serem atendidos pela empresa, passamos a executar a árdua tarefa de esclarecer essas pessoas de que o documento público hábil para lhes garantir os direitos era a intimação para reparar o imóvel sob pena de multas, intimação esta prevista na lei 11.228/92 (Código de Edificações). Ao mesmo tempo em que era feito o cadastramento dos imóveis atingidos, os técnicos faziam o trabalho de esclarecimento e entrega do documento, sempre ressaltando que era uma formalidade legal para eventualmente ser utilizada na cobertura dos prejuízos, sem ameaças a ninguém. Eis que o repórter se aproveita da comoção da população de maneira espúria, apresentando-me como uma pessoa desumana que ameaça vítimas de uma catástrofe com multas, em vez de ajudá-las, o que não é verdade. Discretamente cumpri meu dever, auxiliando a população e os outros poderes públicos envolvidos, o que pode ser comprovado com os proprietários e moradores que nos procuraram e viram o nosso trabalho. Ressalto ainda que a mesma intimação, usada de forma vil pelo repórter, serviu para os moradores da casa comprovarem à empresa que foram atingidas pelo acidente, já que seu imóvel não está situado na rua mais atingida." Mauricio Marcos Monteiro, ex-administrador regional do Jabaquara (São Paulo, SP) Acervo "Sobre a coluna de Luís Nassif de 30/10, sobre a TV Cultura: caro Luís Nassif, o aperto é grande, mas nossa responsabilidade é ainda maior. Não apagamos nada de nosso acervo de aproximadamente 60 mil fitas, que inclui as produções musicais do Faro. Temos clara consciência desses valores, para nós e para outras televisões culturais e demais interessadas em divulgação e pesquisa. O que fazemos, quando necessário, é reutilizar fitas com material bruto, devidamente liberado pelos produtores, pois nem sempre temos dinheiro para estocar fitas virgens." Jorge da Cunha Lima, diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta (São Paulo, SP) Resposta do jornalista Luís Nassif - Cunha Lima confirma as informações da coluna de que houve regravação em cima das fitas originais. Nessas fitas, liquidou-se com todo material que não foi aproveitado no programa editado -de duração restrita. Exemplo: havia uma fita com 4 horas de gravação com Vinícius, reduzida a um programa de 90 minutos. Perderam-se as cerca de 3 horas restantes. Testes com preservativos "Lendo o editorial de 22/10, fiquei um pouco apreensiva quanto à afirmação colocada de que 'os testes com preservativos poderiam levar parte da população a acreditar que o uso da camisinha não faz diferença alguma'. A posição do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) é incentivar o uso de preservativos e acompanhar a qualidade por meio da realização periódica de testes como o realizado e divulgado recentemente. A divulgação dos resultados desses testes é importantíssima, pois tem como objetivo principal alertar os consumidores para os produtos que apresentam problemas e informar quais as marcas que podem ser consumidas sem preocupação." Patricia Blanco, relações públicas do Idec -Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (São Paulo, SP) Nota da Redação - Diferentemente do que diz a carta, o editorial em questão afirma: "Sucessivas reprovações do produto em testes de resistência poderiam levar parte da população a acreditar que o uso da camisinha não faz diferença alguma, o que seria um grave erro". A Folha apóia a realização e a divulgação sucessivas de testes com preservativos, acompanhadas de um aumento de controle das autoridades sobre a qualidade do produto. Silêncio constrangedor "Parabéns à Folha e ao advogado Luiz Antonio Sampaio Gouveia pelo excelente artigo 'OAB, o silêncio de quem não deve calar'. Realmente, nós, como advogado, temos estranhado o silêncio da OAB com referência a questões importantíssimas tais como a questão fundiária, reeleição do presidente etc. etc." Olavo Principe Credidio (São Paulo, SP) Números reveladores "Contradição ou vingança? 63% da população quer deixar a cidade. 58% votam no candidato da situação. Devem ser os mesmos." Gilberto de Carvalho (São Paulo, SP) Texto Anterior: ERRAMOS Próximo Texto: ERRAMOS Índice |
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