São Paulo, quinta-feira, 7 de novembro de 1996
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Fama rápida assusta Gwyneth Paltrow

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A nova queridinha de Hollywood precisa de férias. Depois de engrossar o currículo com quatro filmes só neste ano, Gwyneth Paltrow, 23, aproveita o ar das montanhas no interior da Argentina. É lá que o astro Brad Pitt, seu namorado, filma "Seven Years in Tibet".
"Estou cansada de toda essa pressão. Tenho muitos roteiros para ler, mas agora só quero relaxar e cuidar melhor do meu namorado", disse a atriz, em entrevista à Folha, por telefone, de alguma vila na província de Mendoza.
"Não sei onde estou. Só sei que é melhor aqui do que congelar nessa época do ano em Nova York."
Gwyneth terminou há duas semanas as filmagens de "Great Expectations", uma adaptação da obra de Charles Dickens. Outras três produções deste ano incluem seu nome nos créditos: "Kilronan" e "Hard Eight", ainda inéditos, e "Emma", trabalho que lhe rendeu comparações com Grace Kelly e Audrey Hepburn.
Baseado no romance de Jane Austen, "Emma" coloca Gwyneth no primeiro papel central de sua carreira. A Lumière aproveita que seu nome está em alta -há quem aposte na sua indicação ao Oscar- para lançar mais uma produção com a atriz.
Em "O Primeiro Amor de um Homem" (1995), que estréia amanhã, Gwyneth faz par romântico com David Schwimmer, o astro do seriado "Friends". "É um filme doce, sem grandes pretensões. Eu e o David ainda não éramos tão conhecidos quando fizemos o trabalho." Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
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Folha - A princípio, você recusou o papel em "O Primeiro Amor de um Homem". O que a fez mudar de idéia?
Gwyneth Paltrow - Quando li o roteiro achei que a personagem Julie não era tão interessante naquele momento da minha carreira. Estava querendo um desafio. Mas o presidente da Miramax disse que me chamaria para fazer a protagonista de "Emma" se eu aceitasse o papel. Então eu fiz.
Folha - Você se sentiu insegura nas filmagens de "Emma"?
Gwyneth - Tive medo no início. Sabia que a minha personagem estaria em todas as cenas e que o filme seria um fiasco se ela não funcionasse. Tentei me preparar ao máximo para não decepcionar e agarrei essa chance.
Folha - Você interpreta uma prostituta em "Hard Eight". Filmou cenas ousadas?
Gwyneth - De jeito nenhum. Meu avô me mataria se eu fizesse alguma coisa assim (risos). O filme explora mais o lado psicológico dessa mulher. É engraçado perceber que a moral dela não corresponde à do resto do mundo.
Folha - Como encara a sua ascensão-relâmpago em Hollywood?
Gwyneth - É estranho. Sinto-me orgulhosa, mas, ao mesmo tempo, assustada. Eu tento não levar tudo isso a sério. Hollywood muda de idéia tão rápido que em um minuto eles te amam, mas no outro te odeiam.
Estou tentando não acreditar no que eles dizem agora, nessas coisas maravilhosas a meu respeito. Assim, não vou precisar acreditar quando eles não gostarem mais de mim e começarem a me criticar.
O que mais incomoda é que as pessoas ao seu redor também mudam.
Folha - Você se sente pressionada na hora de escolher os filmes?
Gwyneth - Sim. Existe muita pressão. Tento não me deixar levar pelo padrão de Hollywood, na linha "faça o maior número de filmes que puder". Não vou fazer tudo o que me oferecem. Quero fazer escolhas inteligentes. Penso em atuar por muitos anos.
Folha - Você se incomoda com o fato de ter ficado conhecida como a namorada do Brad Pitt?
Gwyneth - Estou me esforçando ao máximo e acho que as pessoas estão começando a gostar do meu trabalho. Mais cedo ou mais tarde o público vai aprender a separar as coisas.
Estou fazendo tudo no tempo certo. Eu e o Brad temos uma vida tranquila juntos. A imprensa trata como se a nossa relação fosse uma coisa excepcional. Eles tiram fotos nossas em todo lugar. Mas não deixamos isso atrapalhar a relação.

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