São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Maia pedirá intervenção federal no Estado para conter violência urbana

DA SUCURSAL DO RIO

O fantasma da violência urbana, presente nas campanhas eleitorais no Rio desde 1986, virou novamente centro do debate político para o eleitorado carioca.
Em entrevista, o prefeito pefelista Cesar Maia anunciou que, por causa da violência, pedirá intervenção federal no Estado.
Em seu programa de televisão de anteontem, o PFL acusou o governo do Estado pelo aumento no número de balas perdidas, que, em 1996, até 5 de novembro, atingiram 57 pessoas no Rio.
O prefeito Cesar Maia é patrono do líder nas pesquisas, Luiz Paulo Conde, candidato do PFL. O segundo colocado, Sérgio Cabral Filho (PSDB), tem sua candidatura patrocinada pelo governador tucano Marcello Alencar. Em outubro, 20 pessoas foram atingidas por balas perdidas.
Televisão
No programa, foram exibidas cenas de incursões policiais, manchetes de jornais sobre as balas perdidas, a lista de 57 vítimas (19 mortos) em 1996 e depoimentos.
Um deles foi de Leonardo Ferreira, 8, que, em 1993, ficou paralítico por ter sido atingido na coluna. "Eu, não podendo mais brincar, nem jogar bola, fico triste", afirmou o menino.
O prefeito, no programa, acusou Cabral Filho de fingir "que a violência não é problema dele" e "assistir de camarote a essas barbaridades". Ele lembrou que emprestou dinheiro ao Estado para a segurança, mas, afirmou, descobriu que a questão não é de recursos.
"O problema é gerencial", acusou. Conde encerrou o programa, prometendo "desembarcar pesado" na área de segurança.
Ao pedir a intervenção, Maia disse que aumentou o número de balas perdidas devido à proliferação de armas pesadas entre policiais, à desarticulação da Polícia Civil, o que teria levado a Polícia Militar a fazer investigações, e à gratificação por bravura, que estimularia os agentes ao confronto.
Reações
O governador Marcello Alencar disse que o pedido de intervenção "é um factóide ridículo, fruto do desespero". Cabral Filho disse que o programa do PFL fez uma "coisa obscena, ao botar uma criança inválida na tela".
"O Cesar Maia adquiriu know how em 1992, quando usou os arrastões na praia contra a Benedita da Silva (PT)", acusou.

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