São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Hospital de Niterói transfere bebês hoje

Objetivo é acabar com lotação no berçário

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O Huap (Hospital Universitário Antônio Pedro) começa hoje a transferir bebês em estado menos grave para outros hospitais em Niterói (15 km do Rio).
Dez recém-nascidos morreram no Huap entre 16 e 30 de outubro. A transferência para os hospitais Azevedo Lima e Getúlio Vargas Filho foi decidida ontem em reunião de representantes das secretarias de Saúde do Estado e município, hospitais e conselhos de medicina, enfermagem e nutrição.
A reunião tratou da superlotação e do surto de infecções no berçário do Huap, hospital-escola da Faculdade de Medicina da UFF (Universidade Federal Fluminense).
O Getúlio Vargas Filho, da prefeitura, deve receber hoje dois recém-nascidos vindos do Huap.
Para atender os bebês, o Hospital Estadual Azevedo Lima precisa de reforço de pessoal, assegurado pela Prefeitura de Niterói, que cedeu 15 médicos.
Além da falta de profissionais, o hospital do Estado não tem UTI neonatal. Sua maternidade pode abrigar 30 bebês, nenhum em quadro grave de saúde. Ontem, havia dez vagas ociosas.
No Huap, cujo berçário tem capacidade para 34 leitos, anteontem havia 40 bebês. Com a alta de quatro, a lotação caiu ontem para 36, ainda acima do ideal.
A meta é transferir hoje pelo menos dez bebês. "Não vamos transferir paciente grave", disse o diretor médico do Huap, Marco Antônio de Andrade.
A Fiscalização Sanitária da Secretaria de Saúde do Estado deu 15 dias para o Huap acabar com a superlotação.
Anteontem à noite, Adriano, de 2 meses, chegou agonizante ao Huap. Morreu pouco depois. A mãe disse que a morte foi causada por bactérias. O diretor do hospital nega a possibilidade.

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