São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Creches ameaçam paralisar atendimento

ROGÉRIO GENTILE
SOLANGE IGREJAS

ROGÉRIO GENTILE; SOLANGE IGREJAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades querem reajuste de 25%, referente ao repasse para o aumento dado aos funcionários em julho

Creches que têm convênio com a Prefeitura de São Paulo estão ameaçando fechar as portas se não houver um reajuste na verba destinada para o atendimento das crianças carentes.
Na manhã de ontem, funcionários das entidades fizeram uma manifestação em frente à Secretaria da Família e Bem-Estar Social (Fabes). Eles fecharam a rua Pedro de Toledo, na Vila Clementino.
Por causa da manifestação, 40% dos estabelecimentos não funcionaram ontem, segundo as entidades conveniadas.
As entidades, que administram as creches e centros de juventude (que atendem crianças de 7 a 14 anos), querem um reajuste de 25%. Esse valor seria o repasse para o aumento dado aos funcionários das creches em julho.
Hoje, de acordo com as entidades, a prefeitura paga R$ 98 por criança para as creches e R$ 50 para os centros.
A assessoria de imprensa da Fabes deu outros valores, que variam de R$ 81 a R$ 106, dependendo do número de crianças em cada estabelecimento.
"O padrão já caiu bastante. Antes a verba dava para comprar alimentação variada e material pedagógico", afirmou Luiz Ferretti, 39, secretário executivo da Associação dos Movimentos de Entidades Sociais Conveniadas.
"Hoje, mal dá para pagar os educadores. As entidades estão tendo que fazer bingos e festas para se manter", disse.
Ferretti afirma que entre 20 e 30 entidades, que administram 60 unidades, vão ter que parar o atendimento. Segundo ele, cada unidade trabalha com aproximadamente 80 crianças.
Aumento
À tarde, uma comissão da prefeitura ofereceu 10% de aumento. Os representantes das entidades não aceitaram, mas fizeram uma contraproposta de 16%.
Na segunda, o secretário municipal das Finanças, José Antônio de Freitas, deve dar uma resposta. No dia seguinte, as entidades fazem uma assembléia para decidir se aceitam o acordo.
A Folha procurou o secretário municipal das Finanças. Até as 21h45, ele não havia retornado a ligação. O secretário da Família e Bem-Estar Social, Adail Vetorrazzo, também não se manifestou.

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