São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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BC muda minibanda cambial; Bolsas caem

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

O Banco Central (BC) corrigiu ontem a minibanda de variação cambial em 0,10%.
Essa foi a segunda alteração do mês, acumulando 0,20% na faixa de desvalorização do real.
Com isso, o piso da cotação do dólar comercial passou a R$ 1,0285, e o teto, a R$ 1,0335.
O BC foi obrigado a entrar novamente no mercado para comprar dólares (a quinta vez consecutiva neste mês) para defender o piso da nova minibanda.
O mercado abriu mais forte ontem, atingindo R$ 1,0284 para venda, antes do leilão de "spread" (que mudou a minibanda).
Depois do leilão, as cotações do dólar comercial chegaram a bater até R$ 1,0290 na ponta vendedora, mas acabaram sucumbindo à oferta maior de moeda no mercado, quando a autoridade monetária teve de voltar ao mercado.
No mercado futuro de dólar, os contratos de todos os meses foram pressionados.
Muita gente que não acreditava na correção do câmbio ontem teve de recomprar as posições vendidas anteriormente, pressionando para cima o mercado futuro.
No mercado de juros à vista, as taxas estiveram pressionadas ao longo do dia, atingindo até 2,77% no Selic-over.
No fechamento, recuaram para 2,73%, sem que houvesse a necessidade de intervenção do BC. O dinheiro a termo para hoje foi negociado ontem a 2,69%/2,70% de taxa-over.
Bovespa
Depois de acumular 2% de alta em quatro pregões, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) cedeu às realizações de lucro em cima de Telebrás e suas subsidiárias. Telebrás PN caiu 0,75%. Telesp PN recuou 1,27%.
Nem mesmo o bom desempenho do índice Dow Jones da Bolsa de Nova York, com o recuo das taxas de juro dos títulos de 30 anos (T-Bond) nos EUA ao ano, sustentaram as Bolsas brasileiras.
O mercado está atento à Lei Geral das Telecomunicações e a sinalizações de reestruturação tarifária no setor de telecomunicações.
A queda dos juros dos T-Bond nos EUA deve ser positiva para o mercado de ações brasileiro.
Os investidores externos podem redirecionar boa parte dos seus recursos para os mercados emergentes, entre os quais o Brasil.

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