São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996
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'Crianças de rua' têm casa

DF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Só 14% dos quase 900 adolescentes e crianças em "situação de rua" em Brasília moram de fato nas calçadas, parques e vias públicas da cidade.
Pesquisa feita pela Codeplan (Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central) em setembro passado concluiu que havia 892 crianças e adolescentes dormindo ou exercendo atividade nas ruas.
A maioria dos meninos e meninas não mora na rua, mas apenas a utilizam para ganhar dinheiro, usar drogas ou passar o tempo.
Cerca de 75% dos meninos vão para as ruas mais de quatro vezes por semana, e 22,4%, todos os dias. Dos 892 entrevistados, 2,6% afirmam que só perambulam pelas ruas uma vez por semana.
O número de adolescentes entre 12 e 17 anos vivendo nas ruas (80,5%) é quatro vezes maior do que de crianças entre 7 e 11 anos (19,5%).
Cerca de 16,7% desses adolescentes têm 17 anos (é a idade mais comum). As crianças de 7 anos são apenas 1,7% do total das ruas. Quase todos os entrevistados são homens (89,3%) e pardos ou negros (77%).
Boa parte dos meninos de rua de Brasília não nasceu na cidade (53%) e é migrante recente: 40,5% vivem no Distrito Federal há menos de quatro anos, e 27,3%, há menos de dois anos.
A maioria dos meninos de rua migrantes vem do Nordeste. A Bahia lidera o ranking: 24,3% dos que nasceram fora são baianos.
Ao contrário do que era esperado pelos pesquisadores, a reclamação de maus-tratos ou brigas familiares é relativamente rara.
Apenas 15,1% dos meninos declararam possuir algum problema com algum membro da família.

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