São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996 |
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Ação pede que empresa trate fumante
FÁBIO GUIBU
Costa quer que a empresa seja condenada a livrá-lo do vício e a restabelecer sua saúde, "abalada", segundo ele, desde que começou a fumar, há 21 anos. O processo tramita no 1º Juizado Especial de Pequenas Causas de Recife (PE). A audiência de conciliação foi marcada para o dia 10 de dezembro. Por ser autônomo, o técnico quer ainda que a indústria mantenha sua família -mulher e dois filhos- durante o período em que estiver em tratamento. Ele diz que recebe em média R$ 1.400 por mês e que, por não ter vínculo empregatício, não poderia obter licença médica num eventual ganho de causa. Caso morra durante o processo judicial em decorrência de doenças adquiridas por conta do fumo, Costa sugere que a empresa indenize sua mulher, Fabiana. Na ação, o autor solicita também a realização de perícia médica para que seja avaliada a extensão dos danos provocados pelo cigarro em seu organismo. Doenças Nos últimos 16 anos, Costa diz que desenvolveu "várias doenças" associadas ao cigarro. No processo, ele lista 14 problemas, como a pneumonia e a bronquite. O técnico afirma que fuma pelo menos um maço de cigarros "Hollywood" por dia e que já tentou diversas vezes parar de fumar, "sem sucesso". Durante as tentativas, ele diz ter apresentado problemas supostamente provocados pela abstinência, como "mal-estar geral, insônia, angústia e irritação". Procurado pela Agência Folha, o gerente de comunicação empresarial da Souza Cruz, Valter Brunner, disse que fumar "é um hábito, de decisão pessoal". Segundo ele, a empresa só tomará providências a partir da notificação oficial. "Até agora, nosso departamento jurídico desconhece o caso", afirmou. Para Costa, a indústria "sempre teve conhecimento" sobre os efeitos do consumo do cigarro, o que, na sua opinião, significa que expôs sua saúde e sua vida ao perigo. Texto Anterior: Creche com 90 crianças será fechada Próximo Texto: São José do Rio Preto recebe 1º lote de coquetel contra a Aids Índice |
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