São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996
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Londres tem nova ficção

ERIKA PALOMINO
DA REDAÇÃO

Encostar-se no balcão de livros do momento da megaloja de discos Virgin, em Tottenham Court, em Londres, é exercício de paciência e descobrimento para quem acompanha a cultura club.
Uma série de escritores -filhos legítimos do casamento da geração X (a primeira denominação para os jovens dos anos 90) com a geração E (os consumidores da droga Ecstasy)- começa a relatar o universo à sua volta.
O movimento associado à house music aparece na literatura desde 89, com "Trip City", de Trevor Miller.
Mas é nos anos 90 que a coisa explode. Primeiro, com a estrela-maior dessa constelação, Irvine Welsh.
Seu "Trainspotting", de 93, é que deu origem à erupção do movimento underground que chegou às telas no filme homônimo lançado em abril último na Europa.
Relatava a vida de jovens drogados de heroína, sem perspectivas, a esmo. O livro vendeu 1 milhão de exemplares.
"The Acid House" veio em 94, seguido de "Marabou Stork Nightmares" e o último, "Ecstasy".
Seu sucesso abriu caminho para que jovens novelistas que liam seus textos em clubes e pequenos eventos chegassem ao mercado editorial inglês, ávido para encontrar novas vozes para esta geração.
Vanessa Walters, 19, mostrou um manuscrito de seu "Rude Girls" à editora. Conseguiu. É uma das mais promissoras, junto com Alan Warner, 31, ex-funcionário de ferrovia. Seu "Morvern Callar" virou programa da BBC.
Nicholas Blincoe escreveu "Acid Casuals", passado na cena club de Manchester; John King escreveu "Football Factory", enquanto Sarah Champion se dedica especificamente à cultura club em "Disco Biscuits". Essas produções são em sua maioria peças de ficção, passadas em clubes, bairros periféricos, com pouco ou zero glamour.
(EP)

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