São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996
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Clinton rebate denúncias de doações ilegais

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, comentou ontem pela primeira vez em público as acusações de que sua campanha pela reeleição foi parcialmente financiada por contribuições ilegais feitas por cidadãos e empresas estrangeiros.
Ele disse que seu partido, o Democrata, levantou fundos de acordo com a lei em vigor, mas que ele acha necessário mudar essa lei.
Negou que as doações feitas por pessoas ligadas a um grande banco da Indonésia tenham influído na política dos EUA em relação àquele país e disse que seu governo é mais duro com o indonésio do que o de seu antecessor, George Bush.
Clinton não quis falar sobre a possibilidade de a secretária da Justiça, Janet Reno, constituir um promotor para apurar as acusações do chamado "Asiagate" e defendeu a comunidade asiático-americana, que, segundo ele, está sendo vítima de preconceitos devido às alegações feitas durante a campanha eleitoral.
O presidente admitiu conhecer os dois pivôs do "Asiagate", o dirigente do Partido Democrata John Huang e o herdeiro o banco indonésio Lippo, James Riady, desde quando era governador do Arkansas, na década de 80, e de ter discutido temas políticos com Riady. "Mas eu discuto política com todo o mundo", ressaltou.
Os democratas já devolveram US$ 777 mil em contribuições por desconfiar de sua legalidade. Todas foram obtidas por Huang, que trabalhou para o Lippo no Arkansas, foi nomeado para um posto no Departamento do Comércio quando Clinton se elegeu presidente e escolhido vice-presidente do Partido Democrata em 1995, posição que ocupou até o mês passado.
Mudanças ministeriais
A primeira entrevista coletiva de Clinton em cinco meses durou 70 minutos. O presidente anunciou a escolha do empresário Erskine Bowles, 51, para substituir Leon Panetta na chefia de sua Casa Civil. Howles já havia servido na Casa Branca como subchefe da Casa Civil entre 1994 e 1995.
Ele vai coordenar ampla reforma do ministério até a nova posse de Clinton, em 20 de janeiro. Seis dos 14 ministros de Clinton já anunciaram sua decisão de deixar o governo. Esse número pode chegar a oito na semana que vem.
Clinton reiterou seus apelos ao Partido Republicano em favor de união nacional e disse ter convidado os líderes da oposição, que vai controlar o Congresso, para uma reunião na semana que vem.
Ele disse que o fato de ter sido eleito pela segunda vez com menos da metade dos votos válidos não desqualifica o seu mandato. "Os 379 votos que recebi no Colégio Eleitoral são suficiente consolo.". O presidente dos EUA é escolhido por um colégio de 538 eleitores.

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