São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Unicamp faz avaliação há quatro anos

DA FOLHA VALE

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) adota uma forma alternativa de avaliação do curso de graduação há quatro anos. É o Projeto Qualidade.
Segundo o reitor José Martins Filho, este tipo de avaliação é feito dentro de um processo que considera todas as instâncias da universidade e não só o aluno, como é o caso do provão.
O projeto foi elaborado com o objetivo de aprimorar o nível científico e tecnológico da instituição e fornecer um quadro de auto-avaliação da universidade.
Segundo a assessoria de imprensa da Unicamp, a avaliação é feita por um grupo formado por pesquisadores provenientes das mais variadas universidades.
Os pesquisadores se dividem em comissões para cada uma das quatro áreas de ensino: exatas, tecnológicas, humanas e biológicas.
Os convidados visitam cada faculdade, examinam currículos, verificam as produções de trabalhos científicos, entrevistam professores e alunos.
As avaliações duram em média uma semana. Cada comissão emite então um parecer das áreas de atuação da universidade.
Fatores considerados
Vários fatores são considerados na avaliação: os objetivos de cada unidade, a análise qualitativa do corpo docente, as características gerais do corpo discente e os aspectos gerais da graduação e da pós-graduação.
Segundo Martins Filho, este tipo de avaliação é importante porque serve de apoio para que as universidades invistam em treinamento adequado para professores e identifiquem seus pontos falhos.
Além da avaliação feita por profissionais de fora, os alunos também avaliam os professores semestralmente e os próprios professores se auto-avaliam por meio de relatórios de suas atividades e produções científicas. A preocupação com a qualidade de ensino passa também pela forma de ingresso do estudante.
Na Unicamp, a mudança de provas de múltiplas escolhas para provas dissertativas, ocorrida há 11 anos, foi uma das iniciativas que procuraram valorizar uma avaliação mais completa do aluno.
Provão alternativo
Três terceiranistas de engenharia civil da Unicamp redigiram uma proposta alternativa ao provão do MEC. A proposta foi assinada por Francisco Luís Pompéia Gioielli, Fernando Marcos Santana Barreto e Ronaldo Tavares de Souza.
"A idéia é fazer avaliações progressivas desde o 3º ou 4º ano do curso por meio de trabalhos que envolvam problemas práticos, podendo funcionar como um concurso entre as diversas faculdades e universidades", disse Francisco Gioielli.

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