São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996 |
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África parte em busca da Copa do Mundo
RODRIGO BUENO
Depois de espalhar jogadores por todo mundo, triunfar em competições juvenis e conquistar o ouro olímpico, a Copa do Mundo é o próximo passo da África. Pela primeira vez na história, um Mundial contará com cinco seleções do continente. Além do aumento numérico, os times africanos ganharam em experiência e competitividade, já ameaçando a hegemonia do eixo América-Europa no planeta. Na fase decisiva das eliminatórias africanas, 20 seleções são divididas em cinco grupos. O campeão de cada chave estará na Copa. No Grupo 1, a Nigéria, atual campeã olímpica, estrearia ontem contra a seleção de Burkina Fasso. Hoje, jogam Guiné e Quênia. Anteontem, pelo Grupo 2, o Egito bateu a equipe da Namíbia por 7 a 1. A Libéria, de George Weah, enfrenta hoje a Tunísia, vice-campeã africana, pela mesma chave. Weah, que já fora eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo na temporada passada, recebeu esta semana o título de atleta com mais fair play (jogo limpo) do planeta. A África do Sul, que venceu este ano a Copa da África, jogaria ontem contra o Zaire, pelo Grupo 3. As seleções de Congo e Zâmbia se enfrentam hoje na mesma chave. As duas partidas do Grupo 4 acontecem hoje. Camarões, seleção africana que mais obteve êxito em Copas do Mundo, pega Togo, fora de casa. Já a Angola, recebe a equipe do Zimbábue. No Grupo 5, a seleção de Gana, que construiu grande tradição em torneios juvenis, tenta confirmar seu favoritismo e bater o Gabão. Marrocos e Serra Leoa fazem o outro jogo do chave. Pelo regulamento, os times vão se enfrentar em jogos de ida e volta dentro dos grupos. Política A política continua sendo o principal problema para o desenvolvimento do futebol africano. Mais uma vez uma importante competição do continente entra em sua fase derradeira ameaçada por questões sócio-políticas. Burundi, que integrava o Grupo 5 das eliminatórias, foi eliminado pela Fifa da competição devido à guerra civil por que passa o país. Segundo a Anistia Internacional, a guerra no Burundi, que já dura três anos, matou mais de 150 mil pessoas, a maioria dessas civis. A Fifa substituiu a seleção de Burundi pela equipe de Serra Leoa. Os leoneses perderam na primeira fase para os burundineses. O presidente da Federação de Futebol do Burundi, Hussein Nzisabira, não aceitou a eliminação e disse que, apesar do afastamento, sua seleção embarcaria ontem a Rabat, para enfrentar o Marrocos. Texto Anterior: Santos faz ensaio e pensa na Supercopa Próximo Texto: Vitória deixa a Colômbia perto da Copa Índice |
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