São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Economia estável versus apart-hotel

MAURO PAES DE ALMEIDA Fº

Muitos têm sido os benefícios de uma economia estabilizada. Todos os dias, a imprensa registra exemplos da retomada de crescimento do país, alavancado, entre outras coisas, pelo controle sistemático da inflação, pela iniciativa privada e pelos investimentos externos que, diante de um cenário confiável, começam a ser cada vez mais volumosos e frequentes.
À margem do novo impulso, diferentes setores da economia vêm reagindo de forma bastante positiva. O mercado imobiliário, por exemplo, deverá crescer cerca de 10% em 1996.
No compasso da aceleração da indústria do turismo do país, também o setor hoteleiro vem reagindo positivamente nos últimos tempos. Em São Paulo, o maior centro do turismo comercial do Brasil, a demanda por hospedagem vem crescendo assustadoramente, de forma que os hotéis da cidade tornaram-se insuficientes.
Refletindo essa realidade e atento à necessidade do mercado, o setor da construção civil vem respondendo prontamente com investimentos em projetos ligados ao serviço de hospedagem e em empreendimentos com características hoteleiras, conhecidos como apart-hotéis ou flats.
Somente nos últimos oito meses, São Paulo já contabiliza perto de 700 unidades lançadas com sucesso imediatos de vendas. Os motivos para essa enorme liquidez são muitos, passando pela crescente demanda por esse tipo de projeto até as vantagens que oferece enquanto opção de investimento.
Com taxas de retorno de, em média, 1,2% a 1,5% ao mês, o flat agrega um outro diferencial aos investimentos, que é a valorização patrimonial.
Cabe ao investidor que pretende aumentar suas chances de retorno avaliar alguns aspectos. O primeiro deles é a tradição das empresas envolvidas no projeto, que deve considerar não somente sua atuação no ramo da construção civil, mas na atividade específica.
A melhor opção é a escolha de empreendimentos de construtoras que já dominam todo o conceito envolvido em um projeto de hotel ou apart-hotel e que conhecem as características e peculiaridades desse mercado.
Na hora de se decidir pelo investimento, há que se verificar, com muito cuidado, também a relação custo/área privada oferecida pelo empreendimento e maior atenção ainda ao porte da obra, que deve ter o mínimo de cem e o máximo de 140 apartamentos para ter uma boa resposta comercial.
Um apart-hotel de grandes proporções exige um tempo para estabilização do pool de locação muito grande, comprometendo o processo de renda do imóvel.
Por todos esses motivos, os flats estão de volta. Um grande negócio para a construção civil, setor em que os mais competentes podem se diferenciar a partir da versatilidade de atuação. Um ótimo negócio como alternativa de investimento, com excelentes perspectivas de retorno.
Melhor ainda para o consumidor, que tem no aumento da oferta a vantagem de poder selecionar suas escolhas, permitindo optar por um apart-hotel que combine conforto e segurança, além de bons serviços e praticidade.

Mauro Paes de Almeida Filho, 40, é economista e investidor do mercado imobiliário.

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