São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996
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Alunos usam luto contra o provão

Formandos de engenharia boicotam exame

DA REPORTAGEM LOCAL

Um protesto dos alunos de engenharia civil da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) contra o provão marcou a realização do exame na EEPSG Antonio Firmino de Proença, na Mooca (zona leste de São Paulo).
Nesta escola, 525 alunos de administração e 428 de engenharia civil deveriam fazer a prova, totalizando 953. Desses, 78 não compareceram.
Os estudantes que aderiram ao protesto vestiam camisetas pretas com as inscrições: "Provão não prova nada. Entregamos em branco. Campanha meu primeiro zero".
Segundo os organizadores do protesto, do total de 104 formandos, 89 se comprometeram a entregar a prova em branco.
Antes de entrar nas salas, os alunos copiaram nas calculadoras um manifesto padrão elaborado pelo centro acadêmico.
A orientação era para que transcrevessem o texto no espaço destinado à resposta da primeira questão.
No texto, os formandos se colocavam contra o provão por achar que "uma prova curta como essa não avalia um curso, quanto mais uma universidade".
Vestindo a camiseta preta, o aluno Mário Gonçalves Viana, 32, disse que pretendia ler "Cem Anos de Solidão", do colombiano Gabriel Garcia Marquez.
"Pelo menos vou fazer alguma coisa de útil." Apesar da intenção do aluno, não foi permitido consultar nenhum tipo de livro durante a prova de engenharia civil.
Para Luciano Figueiredo, formando de engenharia civil da Unip (Universidade Paulista), o protesto dos alunos da USP poderia ser motivado pelo medo de perder o primeiro lugar.
Ele afirmou que pretendia realizar a prova. "A gente não tem o que temer. Cada um vai fazer o que aprendeu."

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