São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996
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Blitz no Columbia manda 150 a DP

Polícia procurava drogas no Hell's Club
OTÁVIO CABRAL

OTÁVIO CABRAL; ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 150 frequentadores da casa noturna Columbia, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), foram levados para o 78º DP, ontem de manhã, em blitz da polícia durante o Hell's Club (evento que acontece no local todos os domingos, das 4h às 10h).
Segundo o delegado Luís Fernando Dias, do 78º DP, o objetivo da blitz era verificar se há tráfico de drogas no local.
Foram achados 13 cigarros e cerca de 10 gramas de maconha, aproximadamente cinco gramas de cocaína, duas pedras de crack e dezenas de comprimidos, que a polícia acredita serem de ecstasy (alucinógeno sintético).
Havia 15 menores no local, que só foram liberados da delegacia após a chegada dos pais.
Segundo a polícia, a droga estava no chão da casa noturna. O Hell's Club funciona no subsolo do Columbia, que fica ao lado do 78º DP, na rua Estados Unidos.
Um policial disse que as blitze vão continuar acontecendo todos os domingos.
Os frequentadores do Hell's ficaram até as 14h de ontem no DP.
Vários deles acusaram a polícia de preconceito contra homossexuais, negaram que haja prostituição no local e afirmaram que não há tráfico. A droga seria levada pelas pessoas apenas para consumo próprio.
O corregedor da Polícia Civil, Roberto Genofre, disse ontem que vai abrir sindicância para apurar se houve preconceito dos policiais na ação de ontem.
Ele afirmou que, apesar de ser proibido pela Constituição, o preconceito é comum na polícia.
O músico Marco Antonio Andreolo, 20, disse que foi obrigado a tirar a calça para um policial ver se ele tinha drogas. "Quando pedi para ir ao banheiro, a investigadora perguntou se eu uso o de homem ou o de mulher."
Dias disse que o Columbia aluga o espaço para promotores que organizam o Hell's Club. Até as 22h de ontem, nenhum responsável pelo Hell's havia sido localizado pela Folha. Segundo Dias, eles serão indiciados por permitirem a entrada de menores.

Colaborou Roberto Cosso, da FT

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