São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996 |
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Conflitos atrapalham o provão do MEC FERNANDO ROSSETTI PAULO SILVA PINTO
O primeiro Exame Nacional de Cursos, o provão, teve ontem alto comparecimento de estudantes e poucos incidentes. Mas, os conflitos que aconteceram -com destaque para o Rio- comprometeram a imagem da prova, avaliou ontem o coordenador do exame, Jocimar Archangelo. O provão, criado pelo MEC (Ministério da Educação) este ano, foi aplicado junto a 55 mil universitários do último ano de administração, direito e engenharia civil. Tem o objetivo de avaliar a aprendizagem dos alunos e a qualidade da educação dada nas instituições de ensino superior do país. Desde o início da tarde, o Colégio Dom Pedro 2º, em São Cristóvão (zona sul do Rio), virou palco de enfrentamentos entre fiscais do MEC e militantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) -que há um mês vem fazendo campanha para que os alunos entregassem a prova em branco. Em Brasília, Goiânia (GO), Salvador (BA), Belém (PA) e Maceió (AL) também ocorreram problemas com piquetes de estudantes, mas nenhum como no Rio. Autoritários Para Archangelo, o que aconteceu no Rio "foi uma atitude autoritária dos estudantes". Para o presidente da UNE, Orlando Silva Júnior, "foi uma resposta ao ministro Paulo Renato de Souza (Educação), que tentou impor à força o provão". Leandro Cruz, diretor da UNE, disse que a entidade não tinha até a noite uma avaliação global. Até as 20h45, não havia um balanço nacional de presença nas provas -muito menos da quantidade de provas entregues em branco. O ministério da Educação marcou para hoje a divulgação do balanço final. Ontem, Paulo Renato não falaria à imprensa, segundo sua assessoria de comunicação. Mas, o índice de ausência ficou abaixo da estimativa do MEC, que era de 20%. Um levantamento preliminar das delegacias regionais apontou menos de 10%. A Fundação Carlos Chagas, responsável pelas provas de direito (26 mil estudantes inscritos), afirmou que, em São Paulo, houve comparecimento de mais de 97%. No Paraná, a prova de administração teve ausência de 4%. Minas registrou falta de 19% dos alunos inscritos em engenharia, 5% em administração e 2% em direito. A prova de administração foi considerada muito fácil, a de direito, mais acadêmica do que prática e a de engenharia, difícil, por especialistas ouvidos pela Folha. Archangelo, o coordenador do exame, afirmou que as provas do próximo ano, marcadas para junho, serão mais complexas. Em 97, também serão examinados os cursos de engenharia química, odontologia e veterinária. Quem não fez a prova ontem, terá de realizá-la no ano que vem, para poder receber o diploma. "Até lá, eu acho que as divergências políticas sobre a questão vão ter acabado", disse Archangelo. Colaborou Chico Santos, da Sucursal do Rio. Texto Anterior: Aluno usa nariz de palhaço em MG Próximo Texto: Exame faz perfil sociocultural de alunos Índice |
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