São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996
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Bomba mata 13 em cemitério de Moscou

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A explosão de uma bomba ontem pela manhã num cemitério ao sul de Moscou matou pelo menos 13 pessoas. Segundo a polícia moscovita, 30 pessoas ficaram feridas.
A bomba, acionada à distância, explodiu durante uma cerimônia em memória a Mikhail Likhodei, presidente da Fundação dos Inválidos do Afeganistão, assassinado em novembro de 1994.
No momento da explosão, cerca de 130 pessoas acompanhavam a cerimônia no cemitério Kotlyaskovskoye.
Entre os mortos no atentado estão Yelena Krasnolvtskaia, viúva de Likhodei, que ocupava o cargo de diretora da fundação de ex-combatentes, o atual presidente, Sergei Trakirov, além da mãe e de um tio de Likhodei.
O atentado ocorreu no dia em que se comemora na Rússia o Dia Nacional da Polícia.
Máfia
Suspeita-se que o atentado seja um acerto de contas entre bandos do crime organizado. Grupos mafiosos disputam o controle das entidades de veteranos russos da guerra do Afeganistão, que recebem privilégios econômicos do governo.
Entre outros privilégios, a Fundação de Inválidos do Afeganistão goza de isenção de impostos para importar e comercializar artigos de consumo na Rússia. Outra fundação de veteranos do Afeganistão recebe os lucros da loteria russa.
A máfia moscovita se infiltrou nessas organizações beneficentes visando o controle dos lucros gerados pelo negócios milionários.
A fundação foi criada em 1991 e conseguiu obter generosas subvenções do governo russo, enquanto a União de Veteranos do Afeganistão, criada um ano antes, foi posta de lado.
Chefe assassinado
No assassinato de Likhodei, diante de sua casa, em 10 de novembro de 1994, também foi utilizado um artefato explosivo acionado por controle remoto.
Líderes da organização acusaram o ex-presidente da fundação, Valeri Rachenkov, e líderes da União de Veteranos do Afeganistão pela morte de Likhodei. A polícia ainda não solucionou o caso.
Rachenkov foi destituído da presidência da fundação em 1994, sob acusações de malversação de fundos, e foi substituído por Likhodei.
Recentemente, Rachenkov escapou ileso de uma tentativa de assassinato.
Em um comunicado feito pela televisão, o primeiro-ministro russo, Victor Tchernomirdin, expressou pesar aos familiares das vítimas e declarou que o governo russo assume a responsabilidade pelo que ocorreu. "Esse atentado é um desafio direto ao governo e deverá ter uma resposta adequada", afirmou.

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