São Paulo, terça-feira, 12 de novembro de 1996
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Tecelagem encolhe e volta a lucrar

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano termina com 3.860 fiações e tecelagens no país -número 6% menor do que o do ano passado e 14% menor do que o de 1994, quando havia 4.470 fábricas.
Mas, para essas que conseguiram virar o ano, as perspectivas são animadoras. "As empresas começam até a recuperar margens de lucro", diz Marcelo Prado, diretor do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial).
Levantamento do Iemi, consultoria especializada no setor têxtil, mostra que as fiações e as tecelagens reagiram.
Desde fins de junho, conta Prado, boa parte delas tem encomendas que representam até três meses de fabricação.
A produção de fios no país, segundo o Iemi, deve chegar a 1,16 milhão de toneladas neste ano -5,5% maior do que a do ano passado, de 1,10 milhão de toneladas.
Consequentemente, diz Prado, também cresce de 4% a 6% neste ano a produção de tecidos e malhas, na comparação com 1995.
Para os tecidos, o aumento esperado é de 840 mil toneladas (em 1995) para 873 mil toneladas neste ano. No caso das malhas, o crescimento previsto é de 394 mil toneladas para 417 mil toneladas, no período.
"O setor têxtil fecha este ano numa posição bem mais favorável tanto em produção quanto em rentabilidade".
A previsão para 1997 é de crescimento maior ainda, afirma Prado.
Importados "atrapalham"
Alessandro Pascolato, diretor-presidente da Tecelagem Santaconstancia, admite que os importados "atrapalham", mas que mesmo assim sua empresa vai crescer neste ano.
A Santaconstancia deve fechar o ano com produção de 700 mil metros lineares de tecidos -16,6% maior do que a do ano passado. O lucro líquido sobre o faturamento deve chegar a 5%.
A Santaconstancia faz tecidos artificiais e sintéticos -aqueles que a China mais exportou para o Brasil. "Poderíamos estar vendendo o dobro se não fossem os importados."
A sua tecelagem, diz, sobreviveu à pior crise do setor porque está mais eficiente e apostou nos tecidos de moda -sobretudo náilon e viscose.
A Charlex, fabricante de tecidos de malha com elastano, informa que deve fechar este ano com venda média de 250 toneladas de tecidos por mês, 78,5% maior do que a do ano passado.
Ricardo Grunfeld, diretor, diz que o lucro líquido da empresa sobre o faturamento -estimado em US$ 43 milhões para este ano ou 43% maior do que o do ano passado- deve girar em torno de 10%.
A Trufana Têxtil, fabricante de tecidos bordados -como rendas-, informa que vai faturar 20% mais do que no ano passado, mas que ainda está operando em patamares inferiores aos de 1994.
Jorge Farah Nassif, diretor-presidente, diz que ao menos neste ano não vai perder dinheiro. "Ainda não dá para ter grande lucro, mas a fase de prejuízo já passou".
Cai preço
A Covolan, fabricante de índigos, lycra, crepes etc., já deve fechar o ano com produção 10% maior do que a do ano passado.
Rubens A. Covolan, diretor, conta que a sua empresa reduziu em 15% os preços neste ano sobre o ano passado.
Ele conta que a sua empresa chegou a faturar R$ 3 milhões por mês. Hoje a receita gira em torno de R$ 2,5 milhões.

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