São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Vestuário e alimentos pressionam inflação

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação voltou a subir em São Paulo e está saindo da trajetória esperada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A análise é do economista Heron do Carmo, ao divulgar ontem a evolução de 0,78% dos preços no município de São Paulo nos últimos 30 dias terminados em 7 deste mês, contra 0,58% em outubro.
Apesar desse aumento, ele acredita que a taxa final do mês possa recuar para 0,50%.
Responsável pela coordenação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, Heron do Carmo acredita que a alta dos preços pode estar sendo provocada por aumento da demanda.
É cedo para se caracterizar essa tendência apenas pelo resultado do índice de inflação. Isso só será possível a partir da terceira semana do mês, afirma. Mas os itens que subiram acima do esperado na primeira semana de novembro são muito influenciados pela demanda, diz o economista.
Na primeira quadrissemana de novembro, dois itens pressionaram a taxa de inflação. Alimentos, o que já era previsto, e vestuário. Neste último caso, os reajustes médios foram de 2,27%, bem acima do 0,73% de outubro.
A alta no setor foi acima do previsto e esse comportamento dos preços não seguiu a mesma tendência dos anos anteriores, afirma o economista.
A evolução dos preços de vestuário pode ser um indicador de aumento da demanda, diz ele.
Eletroeletrônicos
Outro setor que mostrou aumentos de preços de 0,5% a 1% na quadrissemana -o que também seria devido ao aquecimento nas vendas, segundo o economista- foi o de equipamentos eletroeletrônicos, utensílios domésticos e aparelhos de imagem e som.
Os alimentos, com maior peso na composição do índice de inflação, subiram 0,79%. Nas próximas semanas, no entanto, o setor deve mostrar desaceleração da taxa, já que os preços de muitos produtos estão recuando no varejo.
O índice da Fipe demora 30 dias para incorporar por completo as variações de preços.
Os produtos que estão com os preços recuando são carne bovina, feijão e frango. Já a laranja liderou as altas, com evolução de 5,8%.
O setor que teve a maior alta foi o de semi-elaborados (3,05%).

LEIA MAIS sobre inflação na pág. 2-3

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