São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 1996
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Retórica libertária apimenta lançamento

DO ENVIADO ESPECIAL A SAN FRANCISCO

A apresentação do modelo de computação de rede foi apimentada por uma retórica libertária.
O NC seria uma arma na mão dos usuários de computadores que, enfim, poderiam se ver livres do domínio da Microsoft e dos gastos impostos por sucessivas atualizações de programas lançadas pela empresa de Bill Gates.
Já no primeiro dia do OpenWorld, que teve a participação de cerca de 15 mil pessoas, chegadas de 90 países, o presidente da Sun e também evangelista do NC, Scott McNealy, comparou o momento da indústria de informática com a corrida presidencial.
Segundo ele, de um lado estão Elisson-McNealy, e de outro, Gates-Grove (presidente da Intel).
Um lado defende a simplicidade, a economia, a liberdade de opção e sistemas abertos.
O outro controla o mundo com o "Windows" e entope os usuários com caras e constantes atualizações de sistemas.
"A idéia de que uma só companhia domine todo o mercado é inconcebível", disse Larry Elisson, da Oracle. Para ele, a briga agora é "humanidade X Microsoft".
Desespero
"Essa é uma reação talvez um pouco desesperada. Dizer que um sistema que poderá ter menos de 5% do mercado de informática é um novo paradigma de computação parece desespero", na opinião de Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor de marketing da Microsoft Brasil.
Segundo ele, a empresa não está preocupada com as colocações de McNealy ou Elisson: "A Microsoft está preocupada com os seus clientes e com suas necessidades".
Na verdade, Microsoft, Oracle, Sun, IBM e outras grandes companhias estão preocupadas, sim, com o mercado que está se abrindo com a expansão geométrica do uso da Internet e, especialmente, com a ampliação do uso do modelo Internet em redes privadas de empresas.
Nesse modelo, com um computador simples e um programa de navegação, um usuário pode fazer a maioria das tarefas comuns, a um custo de manutenção e administração muito menor que com um PC comum.
Por enquanto, esse é um mercado aberto.
A Microsoft tem a vantagem da plataforma "Windows" espalhada em cerca de duas centenas de milhões de computadores.
Sun, Oracle e outras apoiadoras do modelo NC têm a seu favor o novo, o custo mais baixo que o oferecido pela Microsoft e -por que não?- a retórica libertária, que ainda pode seduzir alguns.

O jornalista Rodolfo Lucena viajou a San Francisco a convite da Oracle.

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