São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 1996
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Ricardo Pinto perdoa o seu agressor

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O goleiro Ricardo Pinto, do Atlético-PR, disse ontem que foi atingido na cabeça por um pedaço de madeira, com cerca de um metro de comprimento, que estava na mão de uma pessoa sem camisa.
"Não tenho uma nítida visão, mas pelo que senti fui atingido por um pedaço de madeira, por uma pessoa que estava sem camisa, veio por trás e me pegou", afirmou Ricardo Pinto, dois dias após ter sido submetido a uma cirurgia para a retirada de um coágulo na cabeça.
O coágulo foi formado devido à pancada que recebeu de torcedores do Fluminense após o jogo no domingo passado, no Rio.
Ricardo disse que não tem o menor interesse em buscar culpados e que não guarda mágoa do Fluminense e da pessoa que o agrediu. "No momento em que entrei na sala de cirurgia, eu perdoei."
Ele afirmou que não se considera responsável pelo tumulto e cabe à polícia encontrar o culpado. O goleiro disse que percebeu a confusão quando ia para o vestiário.
"Eu não tinha entrado ainda no vestiário. Na hora que estava indo, percebi uma confusão e voltei para puxar meu pessoal para dentro do vestiário", disse. Ricardo afirmou que sua preocupação é que o Atlético mantenha a forma nos próximos jogos e que ele se recupere.
"O gol é uma coisa particular e o Atlético-PR está muito bem servido", declarou o goleiro.
Ricardo Pinto deve ter alta no próximo domingo. Ontem, ele recebeu a visita dos filhos e do presidente do Fluminense, Gil Carneiro Mendonça, que manifestou sua solidariedade ao goleiro.
"Nada justifica a agressão contra ele. O que ocorreu faz parte de um ato político contra a diretoria e o clube, não contra o Atlético ou o Ricardo", afirmou Mendonça.
Segundo ele, a torcida foi "contaminada" por um grupo de oposição à atual diretoria. "São membros do conselho deliberativo que integram a torcida Força Flu".
Mendonça afirmou que renunciaria se houvesse nome de consenso, mas não para alguém da oposição. "Renunciar será pior."

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