São Paulo, sábado, 16 de novembro de 1996 |
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Nova pauta de importações restringe ação
GUSTAVO PATÚ; DENISE CHRISPIM MARIN
Isso significa que são maiores as chances de o déficit comercial brasileiro ser contido por meio de uma freada no crescimento -a menos, é claro, que as exportações reajam em 97. No ano passado, era maior o peso das importações de bens de consumo, como automóveis (ver quadro acima). Isso fez com que o governo elevasse de 35% para 70% as tarifas de importação do produto. Brinquedos e têxteis também tiveram tarifas elevadas. É muito mais difícil para o governo criar barreiras para esse tipo de importação. Primeiro, porque são itens estratégicos para o setor produtivo. Ao longo deste ano, aumentou a demanda por produtos estrangeiros essenciais para a reestruturação tecnológica e a produção da indústria e da agroindústria. Para técnicos ligados ao comércio exterior, o incremento da importação de bens de capital deve provocar alta nas exportações. O otimismo do governo, entretanto, pode não se confirmar tão cedo. O objetivo da reestruturação tecnológica parece ser bem menos ambicioso que o de melhorar o desempenho das exportações. Em princípio, estaria mais voltado à adequação dos setores produtivos para enfrentar a concorrência de produtos estrangeiros que inundam o mercado interno. Outro motivo que dificulta o controle dessas importações está ligado à posição assumida pelo governo brasileiro em favor da abertura comercial do país. Para respeitar as regras internacionais de comércio, o país não pode adotar medidas de proteção sem a comprovação de sérios prejuízos à produção e ao emprego. Texto Anterior: Freio na economia pode ser antecipado Próximo Texto: Prazo 'a perder de vista' pode sair caro para o consumidor Índice |
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