São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Argentina abrirá setor à livre concorrência a partir de janeiro

RODRIGO BERTOLOTTO
DE BUENOS AIRES

O sistema de saúde da Argentina vai sofrer uma revolução a partir de 1º de janeiro de 1997, com a abertura à livre concorrência dos serviços do setor, cuja administração até agora estava a cargo dos sindicatos.
Mais de 8 milhões dos 33 milhões de argentinos vão poder escolher seu plano de saúde. Até então, eles estavam vinculados por toda a vida à administradora indicada pelos líderes sindicais.
Empresas de vários países já se instalaram com os olhos voltados para esse mercado. Uma delas é a brasileira Amil.
A tendência é o fechamento de boa parte das entidades que se beneficiavam da antiga legislação.
Espera-se também o barateamento dos planos privados de medicina (que hoje custam o triplo das obras sociais dos sindicatos).
Atualmente, os planos particulares atendem apenas 2 milhões de pessoas em todo o país.
Investimento
Em 1996, o governo investiu US$ 20,6 milhões em saúde -US$ 625 para cada argentino.
A maior parte desse dinheiro é destinada para a cidade de Buenos Aires (15,8%) e para a Província de Buenos Aires (9,2%), que concentram mais de um terço da população do país.
Na Argentina, há 472 leitos hospitalares para cada cem mil habitantes. Segundo os dados do censo de 1995, o total de leitos é de 155.822, sendo 55% pertencentes a estabelecimentos públicos.
A distribuição deles também obedece à aglomeração dos argentinos em Buenos Aires: 7,5% dos hospitais e clínicas estão na capital, e 23,8% na Província.
Algumas Províncias do norte, como Catamarca, Chaco e Jujuy, verdadeiros vazios populacionais, não detêm nem 3% do total.
Em 95, foram registradas 63 milhões de consultas médicas -uma média próxima a duas visitas anuais de cada argentino.
Segundo dados de 92, há 269 médicos para cada cem mil habitantes. Entre as doenças epidêmicas, as mais comuns são gripe, diarréia, rubéola e hepatite. Há 7.967 casos de Aids registrados até 95.

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