São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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'Novas caras' surgem para pegar onda

Brasileiros buscam experiência

SÉRGIO KRASELIS
ENVIADO ESPECIAL A UBATUBA

O surfe brasileiro está passando por um processo de renovação.
Depois de revelar para o mundo talentos como o paraibano Fábio Gouveia, que chegou a ser o número cinco do mundo em 1992, e o catarinense Flávio "Teco" Padaratz, a modalidade vê, agora, o surgimento de novos atletas.
Binho Nunes, Danilo Costa, Neco Padaratz e Maicon Rosa são alguns dos nomes que já despontam como promessas nesta nova fase.
"Os surfistas novos têm muito potencial. E todos nós torcemos por eles. Mas o importante é que eles precisam ter constância", diz Joca Jr., 27, que poderia conquistar ontem o título brasileiro profissional deste ano, em Ubatuba (SP).
O potiguar, que faz sua estréia no ano que vem no World Championship Tour (WCT), na elite do surfe mundial, acredita que o Brasil tem novos talentos para se destacar no circuito internacional.
Para Joca Jr., Binho, Danilo, Maicon e Neco têm chances de figurar entre os melhores surfistas do mundo nos principais torneios da próxima temporada.
O quarteto brasileiro é conhecido no Havaí, segundo Joca Jr., como "os psicos".
O motivo? As loucuras que eles costumam fazer nas ondas de Pipeline, no Havaí, uma das mais badaladas praias do circuito.
"Eles gostam de ouvir os comentários e dão risada", diz Joca Jr. Danilo Costa, 19, um paulista radicado em Natal (RN), confirma sua paixão por ondas grandes.
"É pura adrenalina", resume ele. Segundo Danilo, esses surfistas de sua geração devem começar a colher os primeiros bons resultados dentro de três ou quatro anos.
"A geração de Fabinho e Teco arrebentou e abriu as portas para nós. Mas é duro ficar oito anos no Circuito Mundial como eles. É cansativo. É natural que acabem desistindo de algumas etapas e já não tenham tanto gás", diz Danilo.
Surfe por prazer
Danilo é um dos mais comentados surfistas entre as "novas caras". Começou a surfar em Ponta Negra, no litoral nordestino, e afirma ainda lhe faltar experiência.
Com o apoio do pai, Célio Sanchez, Danilo diz que começou a surfar "por prazer".
"Fui ficando com vontade de pegar onda quando meu pai me levou até uma loja de surfwear para comprar roupas. Vi uma prancha e fiquei amarradão. Aí, insisti tanto que ele comprou", conta Danilo.
Campeão dos Jogos Escolares de Natal em 1989, Danilo se tornou profissional em 1990.
E fez sua estréia na terceira etapa do Circuito Pernambucano de surfe levando para casa o troféu de vice-campeão.
Fã do norte-americano Kelly Slater, atual tetracampeão mundial, Danilo tem outros interesses além das ondas. Diz se concentrar ouvindo rock e reggae. "Mas, quando não estou surfando, adoro dar uns beijinhos", afirma.

O jornalista Sérgio Kraselis viaja a convite da Town & Country Surf Designs

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