São Paulo, domingo, 17 de novembro de 1996
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Cresce número de pesquisadoras

ESPECIAL PARA A FOLHA

Entre as áreas francamente masculinas estão as engenharias (82% de homens e 18% de mulheres), as ciências agrárias (74% e 26%) e as ciências exatas e da Terra (72% e 28%). As mistas são as biológicas (51% e 49%) e as ciências da saúde (49% e 51%). A grande área das humanidades é predominantemente feminina, com 56% de mulheres e 44% de homens.
Se é inquestionável o avanço das mulheres nas profissões acadêmicas, o é também a existência de obstáculos ainda longe de serem ultrapassados. Por exemplo: a posição das mulheres na hierarquia dos grupos não acompanha o avanço quantitativo. As mulheres são 39% do total de pesquisadores, mas ocupam 34% das lideranças de grupo. Além disso, entre líderes de grupo o fenômeno do aumento da proporção de mulheres quanto mais jovens as faixas etárias não é observado com nitidez.
Mas as dificuldades das mulheres também se expressam quando cruzamos as variáveis sexo e titulação. Nesse particular, observamos uma proporção em torno de 50% de homens e mulheres com títulos de graduação (54% de homens e 46% de mulheres), especialização (50% para cada sexo) e mesmo mestrado (55% e 45% respectivamente). O fator discriminante parece se situar no doutoramento. Nesse caso, de cada 100 pesquisadores doutores no país, 68 são homens e apenas 32 são mulheres.
Observa-se que as mulheres vêm entrando no mercado de trabalho de pesquisa, mas enfrentam ainda alguns desafios. O mais evidente é o de conquistar, num plano qualitativo (liderança, qualificação, prestígio etc) o reconhecimento já obtido no terreno quantitativo.

Reinaldo Guimarães é coordenador do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil e sub-reitor de pós-graduação e pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Gerson Galvão é superintendente de planejamento do CNPq.
Ricardo Lourenço é consultor do CNPq.

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