São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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Ministério prepara programa de prevenção à Aids entre índios

Programa quer fazer teste no maior número possível de tribos

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento do número de índios infectados pelo vírus HIV -que causa a Aids- está preocupando o Ministério da Saúde, que irá lançar, até o fim do ano, uma política nacional de prevenção à Aids em populações indígenas.
Ainda não há estatísticas disponíveis sobre o percentual de índios infectados pelo HIV.
Segundo o Programa Nacional de DST/Aids, as comunidades mais expostas à Aids são as que vivem perto de cidades, garimpos ou grandes projetos extrativistas, as de áreas fronteiriças ou as tribos cujos índios vivem parte do tempo nas cidades.
Para ter levantamento preciso, o Programa Nacional de DST/Aids pretende fazer o teste anti-HIV no maior número possível de tribos.
Segundo a Folha apurou, a coordenação do programa pretende negociar com as tribos que o teste seja feito voluntariamente.
"Pelo menos aqui no Amapá, não acredito que vá haver resistência", disse João Bosco, procurador da República no Amapá.
Os maiores obstáculos enfrentados pelo Ministério da Saúde no combate à Aids são a dificuldade dos índios de falar sobre seus hábitos sexuais e o desconhecimento do uso da camisinha.
"Isso poderá se transformar no grande entrave ao combate à Aids nas tribos, daí a necessidade de fazer algo para barrar a doença antes que ela se espalhe", disse Bosco.
Oficialmente, a Aids já matou um índio no Amapá e há mais uma infectada. "O número de índios com HIV no Estado pode ser bem maior. Só saberemos a extensão da doença quando exames forem feitos e isso tem de acontecer logo."

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